Xico Sá: ?há atraso sobre o tema da mulher?
Colaborador do programa Amor & Sexo, o jornalista fala sobre o rompimento de tabus da atração ao tratar de igualdade e diversidade na TV aberta
Colaborador do programa Amor & Sexo, o jornalista fala sobre o rompimento de tabus da atração ao tratar de igualdade e diversidade na TV aberta
Luiz Gustavo Pacete
8 de março de 2016 - 8h05
Campanhas alertando sobre a violência contra mulheres são fundamentais. A afirmação é do jornalista Xico Sá. Colaborador do programa Amor & Sexo, da TV Globo, desde 2012.
Sá compreende que ainda há muito o que se avançar no tema da igualdade de gêneros e diversidade. Falar do assunto, no entanto, já deixou de ser tabu na TV aberta, haja vista o fato de o programa ter chegado à nona temporada.
Nascido em Crato, no Ceará, Xico Sá está entre os jornalistas mais premiados do País. Foi colunista de jornais como Folha de S.Paulo, Diário de Pernambuco, Diário do Nordeste, O Tempo e Correio, da Bahia e, em fevereiro do ano passado, trocou a Folha pelo El País.
Além da atuação nos jornais, é autor de dezenas de livros. Na televisão, já foi comentarista do Cartão Verde, da TV Cultura. Em 2012, foi contratado pelo GNT para atuar no "Saia Justa" e, desde junho do ano passado, está no "Papo de Segunda", também apresentado por Marcelo Tas, Leo Jaime e João Vicente de Castro.
O jornalista falou ao Meio & Mensagem sobre a evolução do programa e o quanto a sociedade precisa evoluir em relação ao tema da mulher. “Não é brincadeira o que ainda se comete de violência contra a mulher no País, os salários seguem desiguais, a rapaziada ainda tenta conquistar as meninas puxando pelo cabelo na balada”, diz.
Meio & Mensagem – De que maneira um programa como Amor & Sexo ajuda na discussão sobre igualdade e diversidade?
Xico Sá – Participei das últimas cinco edições, inicialmente como colaborador de conteúdo, e depois também no time de jurados. O programa avançou a cada ano, com o destemor de encarar assuntos normalmente proibidos na TV aberta, como falar dos transgêneros, drag queens, poliamor e técnicas de sexo oral, o que significou, em alguns momentos, enfrentar a fúria dos "Bolsonaros" da vida nas redes sociais.
M&M – Como encontrar o equilíbrio entre temas sérios e apresentá-los de forma lúdica?
Sá – Da opinião livre e vanguardista da terapeuta Regina Navarro Lins às maluquices protagonizadas por Zé Loreto e Otaviano Costa. Sem se falar nas sacadas ilustradas, como falar de sacanagem e comilança citando a antropofagia de Oswald de Andrade e versos eróticos de Vinícius e Drummond. A Fernanda Lima é gênia na arte de dosar a bela sacanagem com informação.
M&M – Vivemos um momento em que se discute o empoderamento feminino. De que forma você encara esse movimento e como a mídia contribui para o assunto?
Sá – Vivemos um atraso ainda tão grande que precisamos mesmo dessas campanhas. Não é brincadeira o que ainda se comete de violência contra a mulher no País, os salários seguem desiguais, a rapaziada ainda tenta conquistar as meninas puxando pelo cabelo na balada. Que idade da pedra! Aprendo muito e melhoro como homem com a pauta do GNT. O “Papo de Segunda”, com quatro marmanjos na bancada, reflete essa nova sensibilidade masculina. Nem sempre consigo, ainda irrompe aquele macho-jurubeba do sótão do inconsciente, mas tentamos, tentamos, tentamos.
Compartilhe
Veja também
Globo amplia atuação no marketing de influência com Serginho Groisman
Após Tadeu Schmidt, Eliana e Maria Beltrão, Serginho Groisman é mais um apresentador da casa a ter seus contratos comerciais geridos pela Viu
Com Mercado Pago, Record chega a 7 cotas no Brasileirão
Banco digital integra o time de patrocinadores das transmissões na emissora, que já conta com Magalu, Grupo Heineken, Sportingbet, EstrelaBet, General Motors e Burger King