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Amazon investiu R$ 55 bi na operação brasileira em dez anos

Estado de São Paulo concentra 85% dos aportes que têm sido direcionados, principalmente, para infraestrutura

i 31 de julho de 2025 - 18h29

Louise Faleiros, Juliana Strajtman e Cleber Morais, respectivamente, líderes de Prime Video, Amazon.com.br e AWS

Louise Faleiros, Juliana Strajtman e Cleber Morais, respectivamente, líderes de Prime Video, Amazon.com.br e AWS (Crédito: Roseani Rocha)

Em evento em sua sede na capital paulista nesta quinta-feira, 31, a Amazon divulgou pela primeira vez o Relatório de Impacto Econômico Amazon no Brasil, com as presenças de Juliana Sztrajman (presidente da Amazon.com.br), Cleber Morais (country director da AWS) e Louise Faleiros (country manager do Prime Video).  

Nos últimos dez anos, a companhia afirma ter investido R$ 55 bilhões em sua operação local. Desse volume, R$ 13,6 bilhões somente em 2024, o que demonstra a aceleração do movimento recentemente. O estado de São Paulo concentra 85% dos aportes (veja tabela abaixo com a distribuição regional dos recursos).

Além disso, a companhia afirma gerar 36 mil empregos diretos e indiretos e possuir 200 polos logísticos para dar conta da distribuição dos mais de 150 milhões de produtos de 50 categorias comercializadas.

Entre legislações

A divulgação dos dados aconteceu um dia após o governo Trump ter assinado decreto que aplica taxação de 50% sobre produtos importados do Brasil e no contexto em que recentemente o governo brasileiro vinha cogitando a taxação das big techs que atuam no País.

“Reforçamos nosso compromisso contínuo e de longo prazo com o Brasil”, pontuou Juliana. Morais, por sua vez, destacou o apoio tecnológico da AWS a negócios brasileiros tanto em infraestrutura quanto no treinamento de equipes de empresas parceiras em diferentes frentes. E Louise enfatizou o quanto o Prime Video tem ampliado a sua oferta de conteúdo, por exemplo, quando tornou esporte um pilar, e ao intensificar a produção de conteúdo original local. O Prime Video já investiu mais de R$ 5 bilhões em conteúdos pagos para o Brasil, incluindo, além das duas frentes citadas, as licenças internacionais.  Desde 2019, foram produzidos, nas cinco regiões do País,  dez filmes, 18 séries de ficção e 18 de não-ficção (mais de 60% delas lideradas por mulheres).  

Questionada sobre possíveis impactos tanto de um possível imposto do governo brasileiro sobre as big techs nos negócios da Amazon quanto do tarifaço de Trump para sellers brasileiros que exportam a outros países, especialmente, aos EUA, Juliana afirmou que a companhia opera em 22 países no mundo e sempre seguindo as legislações locais e, por outro lado, tem um programa de apoio aos vendedores brasileiros que exportam e continuará atenta aos desdobramentos das taxações americanas.

Potencial brasileiro

Apesar de cada executivo detalhando sua área, o objetivo no todo era mostrar “uma Amazon cada vez mais brasileira”.

Nesse sentido, Juliana enfatizou que há uma decisão deliberada da companhia de investir no mercado brasileiro, muito por conta de se tratar de um mercado com 200 milhões de pessoas e com um perfil populacional bastante aberto a novas tecnologias.

Ela lembrou que após a chegada da companhia no mercado local, a penetração do e-commerce triplicou, com os consumidores se acostumando com a compra online e ampliando o número de categorias.

Conta para isso o fato de grande parte dos investimentos feitos no Brasil serem dedicados a infraestrutura e uma malha logística que inclui uma rede própria e que já entrega em todos os CEPs brasileiros, o que ajudou a dar confiança aos consumidores.

Além disso, a inteligência artificial (IA) é utilizada pela Amazon há 25 anos e o mercado vive agora, segundo destacou Morais, “um tsunami de tecnologia com os agentes de IA”. Assim, a tecnologia perpassa todas as três frentes de negócio, das produções audiovisuais, passando pela otimização de infraestrutura tecnológica como a de serviços oferecidos pela AWS e, no âmbito do e-commerce, 75% das entregas já são apoiadas por IA, segundo Juliana, por exemplo, otimizando as rotas de entrega. “Seguimos olhando para o longo prazo do Brasil e para esse cliente cada vez mais exigente”, disse.

Distribuição regional dos investimentos
São Paulo – R$ 47 bilhões
(6 centros de distribuição, 75 estações de entregas)
Pernambuco – R$ 2,1 bilhões
(1 centro de distribuição/ 7 estações de entregas)
Rio de Janeiro – R$ 1,7 bilhão
(2 centros de distribuição, 28 estações de entrega)
Minas Gerais – R$ 1,4 bilhão
(2 centros de distribuição, 25 estações de entrega)
Ceará – R$ 916 milhões
(1 centro de distribuição, 9 estações de entrega)
Rio Grande do Sul – R$ 888 milhões
(1 centro de distribuição, 8 estações de entrega)
Distrito Federal – R$ 460,7 milhões
(1 centro de distribuição, 3 estações de entrega)
Paraná – R$ 90 milhões
(8 estações de entrega)
Bahia – R$ 90 milhões
(8 estações de entrega)
Goiás – R$ 81,7 milhões
(4 estações de entrega)