Globo e Estadão juntos em projeto
Estadão e O Globo se unem em projeto editorial único para discutir o desenvolvimento e os desafios da economia brasileira
Estadão e O Globo se unem em projeto editorial único para discutir o desenvolvimento e os desafios da economia brasileira
Meio & Mensagem
8 de outubro de 2012 - 10h54
O tema está na agenda das mais importantes companhias brasileiras: como estimular o crescimento econômico e superar os desafios na área de meio ambiente e sustentabilidade, infraestrutura e competitividade. A pauta é coberta diariamente pelos principais jornais e ocupa dezenas de páginas todos os dias. Contudo, pela primeira vez no mercado, dois títulos concorrentes se unem em um projeto editorial para discutir, em profundidade, a economia e o desenvolvimento do País. Trata-se do projeto Desafios Brasileiros, uma iniciativa do Estadão e O Globo que está em fase de apresentação nas agências de publicidade.
Ao todo, serão quatro cadernos veiculados semanalmente a partir da segunda-feira 15 de outubro. O primeiro da série discute a competitividade da economia brasileira e, na sequência, os temas programados são mercado de trabalho e educação (22/10), energia e economia verde (05/11) e infraestrutura e logística (12/11). O que há de realmente novo, além da parceria comercial, é o fato de que as duas redações estão produzindo conjuntamente o conteúdo das edições, que serão assinadas por ambas empresas. As tratativas para a parceria começaram há dois meses.
Inovação no meio
Para Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado, os veículos de comunicação e o mercado publicitário buscam novidades em comunicação, mas frequentemente essa estratégia está ligada apenas às novas tecnologias e ao universo digital. “É preciso lembrar que é possível novar no impresso. E o Desafios Brasileiros é inovador no conteúdo, porque junta duas redações importantes, e no modelo comercial”, afirma Gandour. Além disso, segundo o diretor de conteúdo, o projeto permite que visões regionais diferentes — dos dois maiores mercados brasileiros — sejam combinadas para analisar a conjuntura econômica e as questões do desenvolvimento do País.
A iniciativa, no entanto, respeita características específicas de cada um dos jornais. Apesar de o conteúdo editorial ser o mesmo, o projeto gráfico dos veículos vai ser respeitado e a operação industrial é de responsabilidade de cada uma das empresas. “Decidimos por manter o aspecto gráfico tanto por uma questão operacional — cada redação opera com seu próprio sistema e unificar ambas complicaria demais —, como para manter a personalidade quente do noticiário”, afirma. Gandour, no entanto, lembra que o projeto tem uma identificação visual específica e será assinado, na capa, pelos dois grupos, em co-branding.
Para o mercado anunciante, a iniciativa vem sendo oferecida como uma oportunidade de entrar em contato com dois dos maiores mercados brasileiros a partir de uma única ação. “A proposta vai ser muito bem recebida pelo mercado, tanto pelo conteúdo, por aquilo que o suplemento pode trazer à discussão, lançando luz às grandes questões nacionais, mas principalmente como solução de mídia”, afirma Mario Rigon, diretor de mercado da Infoglobo. “Isso nasce um pouco da nossa preocupação em estar oferecendo uma possibilidade de se comunicar de maneira simples, atrativa, economicamente interessante com os dois principais mercados do País”, explica Rigon. “Foi isso que norteou o nosso projeto, além de um desejo das redações de se associarem e produzirem um conteúdo feito a quatro mãos”, completa o diretor de mercado.
O executivo não detalha como será feita a distribuição do faturamento entre os dois players, mas explica que a veiculação será efetivamente integrada, sem a possibilidade de investimento apenas em uma praça. Além disso, está em oferta no mercado tanto cota de patrocínio para as quatro edições quanto pacotes comerciais para apenas uma semana ou mais. De acordo com a circulação média recente dos dois títulos, estima-se que o projeto impacte aproximadamente 2,5 milhões de leitores. “A ideia é de que seja um custo por mil extremamente vantajoso, não apenas considerando o volume, mas também a qualificação de audiência”, explica.
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