Senado dos EUA considera ilegais tarifas impostas ao Brasil
Resolução que determina cancelamento das sobretaxas de 40% tem caráter simbólico
Nesta terça-feira, 28, o Senado dos Estados Unidos aprovou texto que considera ilegais as sobretaxas de 40% sobre exportações brasileiras.
Entretanto, a votação tem caráter simbólico e é uma demonstração de repúdio à medida aplicada pelo governo do presidente Donald Trump.

Proposta visa anulação das tarifas impostas pela Casa Branca ao Brasil (Crédito: Andrea Izzotti/Shutterstock)
Apesar de os senadores do Partido Republicano terem contribuído com cinco dos 52 votos pelo cancelamento imediato das sobretaxas de 40% impostas ao Brasil em julho — que se somaram às taxas de 10% que estavam em vigor desde abril —, a medida precisa ser aprovada pela Câmara, onde os republicanos são maioria e o assunto pode nem ser pautado. Inclusive, o Legislativo já aprovou norma impedindo a análise de projetos que questionem as tarifas definidas esse ano pela administração Trump.
À época, o governo norte-americano apontou que a medida era uma resposta a “políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Esse é o primeiro de três projetos de lei que o Senado espera votar até o final da semana, envolvendo outros países, como o Canadá.
A movimentação acontece alguns dias depois do encontro entre Donald Trump e o presidente Lula em Kuala Lumpur, na Malásia, no domingo, 26. Na ocasião, o presidente dos EUA insinuou chances de acordos posteriores, com reuniões bilaterais previstas para os próximos dias.
Itens como café, calçados e carne bovina seguem sob a taxação. Entidades como a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a Associação Brasileira do Café (ABIC) e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) manifestaram-se com otimismo sobre o encontro, com expectativas de que as tarifas sejam reavaliadas, com perspectivas de um acordo bilateral.
A decisão dos senadores é mais um movimento que pode dar força ao Brasil na negociação com os EUA.