Indústria reage ao encontro entre Lula e Trump
Entidades e associações declararam otimismo sobre possíveis negociações sobre tarifas dos EUA ao Brasil
No último domingo, 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com Donald Trump, dos Estados Unidos, em Kuala Lumpur, na Malásia, em meio à 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Encontro entre presidentes dos EUA e Brasil sinalizaram possibilidade de novo acordo sobre tarifas de 50% (Crédito: Andrew Harnik/Getty Images)
O encontro aconteceu alguns meses após a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA e acendeu um sinal de otimismo para as negociações entre os parceiros comerciais, com o republicano insinuando chances de “alguns bons acordos”.
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, Lula sinalizou a expectativa de chegar a uma “solução definitiva” em poucos dias, reforçando o superávit norte-americano na relação com o Brasil.
Estão previstas reuniões bilaterais nas próximas semanas para tratar das negociações, sobretudo mirando nos setores mais afetados pelas tarifas, como café, calçados e carne bovina.
O encontro na Malásia significou otimismo também para entidades setoriais que vinham se posicionando antes mesmo da confirmação das sobretaxas ao Brasil. Veja abaixo:
Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil)
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) reconheceu que a reunião representa um avanço relevante no diálogo de alto nível entre os dois governos, além de fortalecer as perspectivas de um acordo bilateral voltado à redução de tarifas sobre as exportações brasileiras e ao aprofundamento da cooperação econômica em áreas de interesse comum.
“Reforçamos a importância de que a intensificação das negociações, com novas rodadas previstas a partir de hoje, leve a um entendimento em curto prazo, com foco na ampliação de oportunidades de comércio e investimentos entre as duas maiores economias das Américas”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil, em nota à imprensa.
Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou o encontro como positivo e um avanço nas tratativas sobre o assunto. Em comunicado, Ricardo Alban, presidente da Confederação, caracterizou o anúncio do início das negociações sobre o tarifaço como um passo relevante.
“Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, diz.
A CNI tem atuado de forma direta na temática. Em setembro, em missão empresarial a Washington, líderes do setor se reuniram com autoridades e empresários norte-americanos para discutir os impactos das tarifas e caminhos para novas negociações.
Associação Brasileira do Café (ABIC)
O posicionamento da Associação Brasileira do Café (ABIC) salientou a posição sólida do café brasileiro no mercado internacional, bem como sua competitividade, qualidade e relevância para a balança comercial dos países.
A entidade segue defendendo a reavaliação técnica das tarifas. Pavel Cardoso, presidente da ABIC, também exprime otimismo em relação aos últimos encontros: “As relações de longo prazo entre Brasil e Estados Unidos permitirão uma reavaliação equilibrada e responsável dessas tarifas, com base em critérios técnicos e em benefício mútuo”.