Brasil é o segundo país que mais usa IA generativa no mundo
Estudo da Cisco com a OCDE analisa adoção, confiança, recortes geracionais e impactos no bem-estar digital

Brasil se destaca entre as economias emergentes com maior adoção de IA generativa, ao lado de Índia, México e África do Sul (Crédito: N Universe/Shutterstock)
Pesquisa da Cisco em parceria com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o Brasil ocupa a segunda posição no ranking global de uso de inteligência artificial generativa (GenAI).
Segundo o levantamento, 51,6% dos entrevistados no País afirmaram utilizar ativamente esse tipo de tecnologia no dia a dia.
O índice brasileiro fica atrás apenas da Índia, onde 66,4% dos respondentes declararam uso ativo de GenAI.
O Brasil também se destaca entre as economias emergentes com maior adoção da tecnologia, ao lado de Índia, México e África do Sul.
A pesquisa ouviu mais de 14 mil pessoas em 14 países, abrangendo todos os continentes. No Brasil, mais de mil pessoas participaram do estudo.
Adoção e confiança na IA colocam emergentes em destaque
Além da adoção, o estudo avaliou o nível de confiança da população em relação à IA. Nesse quesito, o Brasil aparece novamente na segunda colocação: 34,4% dos entrevistados afirmaram considerar a tecnologia totalmente confiável, percentual inferior apenas ao registrado na Índia, com 36,6%. Ainda assim, a maioria dos brasileiros não classifica a IA como completamente confiável.
Os dados também indicam diferenças regionais. Enquanto economias emergentes lideram os índices globais de adoção, confiança e engajamento com a GenAI, países europeus demonstram maior cautela e níveis mais baixos de confiança no uso da tecnologia, invertendo padrões históricos de adoção tecnológica.
Uso intensivo e diferenças geracionais marcam relação com a tecnologia
Globalmente, pessoas com menos de 35 anos apresentam maior engajamento com a tecnologia generativa, maior nível de confiança e uso mais frequente.
Nesse grupo, mais da metade (50%) utiliza ativamente a tecnologia, mais de 75% a consideram útil e quase metade dos entrevistados entre 26 e 35 anos já concluiu algum tipo de treinamento relacionado à IA.
No Brasil, 41,4% dos entrevistados afirmaram ter realizado algum tipo de qualificação ou treinamento em IA nos últimos 12 meses, promovido pela empresa ou voltado ao desenvolvimento de novas habilidades tecnológicas.
Em contraste, adultos com mais de 45 anos tendem a considerar a IA menos útil e apresentam menor taxa de uso.
Entre os entrevistados com mais de 55 anos, a incerteza sobre a confiabilidade da tecnologia é mais frequente, o que o estudo associa à falta de familiaridade, e não necessariamente à rejeição.
Outro eixo analisado foi o impacto do uso digital no bem-estar. Segundo o estudo, globalmente, mais de cinco horas diárias de tempo de tela recreativo é algo associado à redução do bem-estar e a menores níveis de satisfação com a vida.
Em economias emergentes, como Brasil, Índia, México e África do Sul, o uso intensivo de dispositivos digitais para fins recreativos é mais frequente. Aqui, 47,8% dos entrevistados afirmaram passar mais de cinco horas por dia no celular.