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Mídia

Jornal é o meio mais usado por deputados

Mas o veículo perde espaço para a internet para os congressistas de 41 anos ou menos


13 de abril de 2012 - 5h19

O Instituto FSB Pesquisa divulgou a quinta edição da pesquisa “Mídia & Política/FSB”, sobre os hábitos de uso de mídia dos deputados federais entre 2008 e 2012. Entre os destaques, estão o maior uso da internet, que tem substituído os jornais e televisão como fontes de informação pelos congressistas, e o fato de que, ainda assim, os jornais superam os portais como fonte de informação. Mas, entre os parlamentares com 41 anos ou menos, a internet já supera o jornal como principal fonte de informação. Para a edição deste ano, a pesquisa entrevistou 209 deputados federais em dezembro do ano passado.

Do total de congressistas, apenas 4,8% assumem que a mídia interfere em suas próprias decisões e votos e 6% admitem que os meios interferem quando se trata de decisões e votos do Congresso Nacional. A principal fonte de informação no ano passado foi o jornal, com 51% do total, seguido pela internet, com 34%, TV, com 6%, rádio, com 5%, revistas, com apenas 2% e outros meios (tablet, por exemplo), com 2%. Os meios mais usados, basicamente, seguem a sequência da principal fonte de informação, com os jornais à frente, apontados por 84% dos entrevistados, internet a seguir, com 59%, TV, com 31%, rádio, 10%, revistas, 9% e outros meios, 3%.

Entre os entrevistados até 41 anos (nascidos a partir de 1971), o jornal perde espaço para a internet quando se trata de obter informações: 49% buscam notícias nos portais ante 44% que leem jornais. Nessa faixa etária, a TV é usada por 2%, o rádio é fonte para 5% e as revistas e outros meios não são fontes de consulta: ambas registram 0% como meio usado. Quem lê jornal, usa o meio impresso (81%), o computador (22%), iPad (15%), clipping papel (5%), clipping internet (4%), celular (3%) e outro (1%).

A pesquisa apurou quais são os jornais preferidos pelos políticos e a Folha de S.Paulo lidera, com 78% da preferência entre os veículos, seguida pelo O Globo, com 38%, O Estado de S.Paulo, com 33%, Correio Braziliense, com 20%, Valor Econômico, com 12% e outros, com 57%. Foram feitas até três citações de jornais por entrevistado. Quanto aos portais, o preferido pelos deputados federais é o UOL, com 66% das preferências, seguido pelo G1, com 31%, Terra, com 21%, Estadão, com 10% e iG, com 9%.

Regulação da mídia

Quando o tema proposta pela pesquisa abrange a regulação da mídia, 54% são contra quaisquer tipos de interferência e 43% são a favor. Do total, 3% não opinaram. Para os que são favoráveis à regulação de mídia, as interferências apontadas são: responsabilização/direito de resposta, com 25%; conselho/organismo de regulação, com 16%; monopólio/concessão/democratização, com 9%; classificação indicativa, com 4%; outros, com 14%. Contraditoriamente, 32% dos deputados que defendem regulação da mídia não souberam ou não quiseram indicar qual tema seria objeto de regulação.

A regulação da mídia está em pauta no Congresso Nacional desde 2004, quando o então presidente Lula enviou projeto de lei que criava o Conselho Federal de Jornalismo. O fato de 32% dos congressistas não saberem ou não se manifestarem sobre qual tipo de regulação que deveria ser aplicada à mídia indica a falta de prioridade que o tema desperta na agenda tanto do governo quanto do Congresso Nacional. O principal foco dos deputados fixa-se na possibilidade de responsabilização das empresas de mídia ou do jornalista em caso de dano à imagem e no direito de resposta. Os parlamentares também sinalizam para a criação de um conselho regulatório para o exercício do jornalismo (16% das respostas) e revisão das regras de concessão com o objetivo de desconcentrar a propriedade dos meios (citado por 9% dos congressistas).

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