Como as redes sociais impactam na saúde mental?
Opinion Box e Ter.a.pia apresentam pesquisa sobre a influência das redes sociais e creators na saúde mental; levantamento traz também dados relacionados ao trabalho
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Meio & Mensagem
15 de setembro de 2023 - 11h47
Comparação, sentimento de inadequação e ansiedade: estes são alguns dos reflexos psicológicos causados pelo uso de redes sociais. Os exemplos estão expostos na pesquisa “Saúde mental e bem-estar”, em parceria entre o Opinion Box e o Ter.a.pia
O levantamento realizado com 2.119 pessoas de todas as regiões do Brasil (majoritariamente do sudeste), entre homens e mulheres, indica que 94% utilizam as redes sociais. Desse contingente, 67% dizem seguir influenciadores digitais. Mais da metade (57%) acreditam que os criadores de conteúdo podem ajudar ou atrapalhar a saúde mental das pessoas.
As redes sociais já são vistas como fonte de informação sobre a temática: 32% consomem conteúdo relacionado à saúde mental e bem-estar no ambiente digital. Além disso, 23% seguem influencers que falam sobre esses temas. O estudo mostra que usuários se identificam, interessam ou querem interagir com conteúdo relevante nesse sentido. Ainda, salienta a responsabilidade na geração de conteúdo, bem como a cobrança por parte do público.
Os efeitos do consumo desse tipo de conteúdo são relevantes. Boa parte dos entrevistados (60%) declararam já ter mudado de opinião em razão de postagens de influenciadores digitais, bem como 62% já mudaram a forma como encaram questões de saúde mental por conta disso. Falar sobre saúde mental, independente do segmento, é importante para 33%. Apenas 11% classificam este fator como “nada importante”.
É importante ressaltar, ainda, a importância deste grupo no letramento das comunidades. 58% passaram a entender causas de minorias e grupos subrepresentados graças às redes, enquanto 24% já fizeram trabalho voluntário ao serem impactados por influenciadores. Além disso, profissionais de saúde mental foram buscados por 1 em cada 4 pessoas após terem sido impactadas por um conteúdo que leram ou descobriram na Internet. O número é relevante entre pessoas de 16 a 29 anos: 33% buscaram ajuda.
Contudo, há ressalvas. Mais da metade (56%) sabem que não podem sempre confiar em conteúdos sobre o tema na Internet. Muitos (65%) também concordam que as redes sociais podem ser tóxicas para a saúde mental e há ainda aqueles que acreditam que os influenciadores digitais podem ajudar ou atrapalhar o bem-estar das pessoas (57%).
A análise da pesquisa abraça, ainda, o âmbito do mundo do trabalho. 40% acreditam que o trabalho impacta negativamente no bem-estar. Fica o alerta para que empresas se atentem ao tema junto aos colaboradores. Quase 30% dos respondentes apontam que suas empresas atuais não estão preocupadas com a saúde mental, contra 40% que acreditam que as companhias preocupam-se com o fato.
O dado chama atenção especialmente quando comparado ao seguinte: 65% acreditam que o trabalho pode contribuir positivamente. Entre as ações oferecidas pelas companhias sobre o tema estão palestras, webinars e eventos com foco em saúde mental (20%), boletins e informativos sobre cuidados com a saúde mental e equipe psicológica/de saúde a disposição (18% para ambos), terapia oferecida pelo plano de saúde (17%) e reuniões/atendimento com RH com foco em saúde mental (13%), entre outros.
Com a implantação do home office durante o período de pandemia, o trabalho híbrido vem se tornando uma realidade. 20% continuam trabalhando de forma totalmente remota, enquanto 28% estão indo para o escritório todos os dias e 17% têm trabalho igualmente remoto e presencial. A pesquisa indica que 40% da amostra preferem esse modelo pensando em seu bem-estar. 32% gostam mais do home office.
Entre as razões para eleger o trabalho híbrido estão a importância da interação com outras pessoas e sair do lar e ver outro ambiente, ambos aliados a alguns dias em casa (49% e 43%, respectivamente). Já 38% acreditam que existem tarefas que funcionam melhor dependendo do ambiente, enquanto 37% gostam de ter a opção de ficar alguns dias em casa e outros no escritório. Além disso, 22% alegam que o trabalho híbrido importa para o foco e concentração.
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