Quem quer ser um milionário?
PewDiePie e T-Series, os dois canais do YouTube com o maior número de seguidores no mundo, disputam usuário por usuário para ver quem ganha esse jogo
PewDiePie e T-Series, os dois canais do YouTube com o maior número de seguidores no mundo, disputam usuário por usuário para ver quem ganha esse jogo
Sergio Damasceno Silva
29 de março de 2019 - 16h04
De um lado, o sueco Felix Kjellberg, conhecido pelo apelido de PewDiePie. Do outro, o indiano T-Series, nome comercial da gravadora Super Cassettes Industries Private, fundada por Gulshan Kumar. Nesta sexta-feira, 29, ambos estavam lado a lado em número de inscritos, segundo o site SocialBlade, que acompanha o ranking de youtubers pelo mundo. O T-Series liderava, com 91,808 milhões de inscritos (e 65,998 bilhões de visualizações) ante os 91,708 milhões de inscritos (e 20,875 bilhões de visualizações) do PewDiePie. A contagem é, praticamente, minuto a minuto. Enquanto esta matéria era escrita, mais de 56 mil pessoas se adicionaram a um dos canais. Em quarto lugar, pelo número de inscritos (48,037 milhões) aparecia o brasileiríssimo Canal KondZilla, de Konrad Dantas.
A disputa pelo primeiro lugar, no entanto, não está apenas no número de inscritos e, como é travada no campo mundial, atravessou as fronteiras da Índia e da Suécia, inclusive com cores políticas, de ataques hackers e até mesmo de denúncia de racismo e discriminação. Quando essa briga por seguidores começou, em agosto do ano passado, PewDiePie dominava o ranking de inscritos no YouTube há cinco anos, sem concorrentes à vista. E foi o próprio youtuber que começou a disputa: postou o primeiro vídeo no qual mostrava um gráfico de projeção de números para ambos os canais (o Pew e o T-Series), pelo qual, conforme a evolução, até novembro do ano passado, deixaria de ocupar a primeira posição. À época, o PewDie tinha 66 milhões de inscritos. Foi assim que os inscritos no canal do sueco dispararam a campanha online para manter o PewDiePie na primeira posição.
E foi assim também que nasceu o bordão dessa iniciativa online: “Lembrem–se, rapazes, inscrevam-se no PewDiePie“. Que assumiu conotação completamente negativa quando foi repetido pelo atirador da Nova Zelândia que assassinou 50 pessoas no vídeo que transmitiu ao vivo pelo Facebook. PewDiePie rechaçou o vídeo e o autor e, aparentemente, pelo crescimento do número de seguidores, isso não foi suficiente para reduzir as adesões ao seu canal. Em outra ocasião, o sueco foi acusado de racismo e antissemitismo.
Mas PewDiePie não está sozinho nessa onda que assume proporções de tsunami, inclusive com reações violentas. Em 1997, o fundador da empresa que deu origem ao canal T-Series, Gulshan Kumar, foi assassinado pelo sindicato da máfia de Mumbai. A partir daí, a empresa T-Series passou a ser liderada pelos filhos Bhushan Kumar e Krishan Kumar. Recentemente, em reposta ao ““Lembrem–se, rapazes, inscrevam-se no PewDiePie“, Bhushan lançou seu próprio chamado na internet, em tom nacionalista: “#BharatWinsYouTube (a Índia ganha o mundo). Bharat, em hindi, significa Índia. E acrescentou: “Existe um canal indiano prestes a virar o número 1 do mundo. Ele pertence a você, a toda a nação. Então, vamos nos unir e nos inscrever no YouTube e deixar a Índia orgulhosa”. A Índia tem 1,350 bilhão de habitantes. E o T-Series tem também a maior indústria cinematográfica global do seu lado: Bollywood fornece conteúdo de videclipes para o canal e um dos seus apoiadores é o ator Anil Kapoor, de “Quem quer ser um milionário?
No momento em que se encerra esta matéria (15:55 horas), estava assim o placar: 91,829 milhões de inscritos para a T-Series e 91,743 milhões para o PewDiePie. Em pouco mais de uma hora, um acréscimo de quase 60 mil pessoas, ou seja, a cada minuto, um dos lados ganha mil assinantes.
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