Ao longo de todo o ano de 2023, Meio & Mensagem estendeu para o ambiente dos podcasts as conversas e análises sobre temas e assuntos que impactaram direta e indiretamente o dia a dia da indústria de comunicação.
Seja no podcast Next, Now, cujos temas procuram avaliar como a inovação está permeando diferentes setores e perspectivas, ou no podcast Falas Women to Watch, que joga luz para os diversos fatores que impactam a relação das mulheres com o mercado de trabalho, convidados puderam compartilhar suas experiências e refletir sobre as transformações em seus segmentos.
Ouça – ou relembre – dez desses podcasts na retrospectiva abaixo. Aproveite, também, para ouvir todos os episódios de Next, Now e do Falas Women to Watchpublicados em 2023:
“O time de marketing tem de ser plural. Construir uma cultura onde as pessoas se sentem à vontade para dar opinião, de discordar, de melhorar o trabalho, de ver pessoas com aptidões e interesses diferentes trabalhando para melhorar a construção de uma marca. Há um lado muito subjetivo de se fazer marketing, que é o lado da arte. Precisamos beber da fonte da cultura, dos filmes, da música, das novelas”
“Desde já, essa é uma geração que tem influência dentro da economia familiar, então, 80% dos pais da geração Alfa assumem que são influenciados pelos filhos no comportamento de compra e nas escolhas, principalmente sob o aspecto de sustentabilidade”
“Quando as redes sociais explodiram, começamos a ter contato com as fake news. Em 2017, tivemos contato com o deepfake que simulava um discurso do Obama. Aquilo era restrito a poucos desenvolvedores. Em 2020, começamos a ver o TikTok trazendo filtros que conseguiam substituir os rostos das pessoas e aquilo me acendeu uma luz amarela, porque eram crianças criando mini deepfakes. Hoje, muitos veículos e especialistas dos EUA alertam que as eleições de 2024 serão marcadas pelos deep fakes. O país está preocupado em relação ao que pode surgir em termos de desinformação”
“Os podcasts representam um dos melhores formatos de conteúdo, de construção, engajamento e intimidade com quem está escutando. Quando você está ouvindo algo, há uma conexão com sua memória visual. Então, os podcasts constroem a memória. Quando você escuta um trecho daquele podcast, nunca vai se esquecer de onde ouviu aquele trecho e de quem estava acompanhado por aquele podcaster. O caminho dos podcasters é ampliar as comunidades”
“Não existe no Brasil nenhuma organicidade no aumento da visibilidade do futebol feminino. Essa é uma pauta de muita luta e que, no caso das instituições brasileiras, precisou vir de cima para baixo. A legislação da Fifa de 2016 previa que as entidades regionais passassem a exigir que os clubes masculinos tivessem equipes femininas. A Conmebol passou a exigir isso a partir de 2019”
FALAS W2W COM LUANA GÉNOT
Com Luana Genót, fundadora e diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil
“Quando a gente fala em acelerar a promoção da igualdade racial, trata-se de convidar toda a sociedade de modo geral a dizer mais do que ‘não’ ao racismo, pois essa é a tônica que a gente ainda vê em muitas mensagens de luta. ‘Diga não’ é muito insuficiente, é preciso agir proativamente para que a sociedade e os governos mudem”
“O trabalho doméstico não remunerado não é reconhecido e nem valorizado. Ter um ministério que reconheça e valorize isso é fundamental. Mas seria possível remunerar? É possível, basta vontade e muito planejamento. Sei que não é para agora, mas é algo que vale ser discutido. O trabalho doméstico não remunerado já foi valorado pelos economistas: gera em torno de US$ 11 trilhões por ano”
“O grande pedido das pessoas 60+ para a comunicação, embora não verbalizem isso, é a de serem vistas sob o filtro da ótica do desejo. Algumas das forças dessas pessoas têm a ver com a vontade de viver, outras têm a ver com o conhecimento acumulado, que hoje, na era do conhecimento fragmentado, é pouco valorizado, mas tem um valor enorme. Porque vai atuar na atitude das pessoas mais jovens em relação à vida, em como se portar nas situações mais difíceis, porque as dificuldades vêm, mas vão passar”
TECNOLOGIA, CONEXÃO E CONSUMO
Com Juliana Nascimento, managing director da FCB/Six e presidente do Grupo de Atendimento e Negócios (GAN)
“Acredito muito que o tempo das coisas faz muita diferença no sucesso ou insucesso delas. Nos apaixonamos pelo metaverso cedo demais, ainda que eu acredite nas promessas que vêm junto com ele. Mas para criar espaços muito responsivos, é preciso uma camada computacional muito mais pesada”
“No ano que vem, tenho certeza que veremos mais campanhas de produtos que nascem da favela, mais campanhas da Ásia que endereçam proibições do ponto de vista cultural. Tenho absoluta certeza de que algumas marcas vão se apropriar de maneira mais responsável ao trazerem campanhas da África. E gostaria muito de ver mais peças inscritas por mais agências brasileiras, além das que estiveram presentes nesta edição”
