“TV e internet precisam coexistir”
Vanessa Oliveira, diretora de projetos digitais da VIU, da Globosat, fala sobre a integração desses dois universos
Vanessa Oliveira, diretora de projetos digitais da VIU, da Globosat, fala sobre a integração desses dois universos
Luiz Gustavo Pacete
19 de janeiro de 2018 - 7h54
Vanessa Oliveira, diretora de projetos digitais da VIU (Juliana Coutinho)
Criada em novembro de 2016, a VIU Hub, plataforma focada em influenciadores e conteúdo digital da Globosat, colocou em prática, nos últimos anos, o aprendizado em conectar o mundo da internet com a TV. Projetos como o Multishow durante o Rock in Rio, o lançamento de um canal focado em eSports e outras iniciativas vêm ajudando os canais da casa a pensarem de forma multiplataforma.
À frente de uma das áreas da VIU está Vanessa Oliveira, diretora de projetos digitais, com passagens por Endemol e Paramaker. No final do ano passado, ela foi eleita pelo youPix como uma das pessoas mais influentes no digital brasileiro.
Ao Meio & Mensagem, Vanessa comenta a experiência de VIU e a conexão entre o mundo da internet e dos youtubers. “Acho que não é uma questão de superar a divisão TV x internet, mas sim a internet aprender com a TV e vice-versa”, diz Vanessa, que também comenta sobre os desafios e a evolução dessa visão multiplataforma.
Meio & Mensagem – Ainda existe uma divisão do que é TV e do que é internet, ou a fusão desses dois mundos já ocorre com naturalidade?
Vanessa Oliveira – O mercado mostra um amadurecimento. Os conceitos de off-line e online estão ficando ultrapassados. É impossível pensar em um conteúdo sem transbordá-lo para outras telas, em um tempo em que o consumidor já faz isso naturalmente. E ver uma empresa, como a Globosat, testando e se expondo no digital de forma tão corajosa como um youtuber, mostra o quão líquido já se tornaram estes papéis e conceitos. Acho que não é uma questão de superar a divisão TV x internet, mas sim a internet aprender com a TV e vice-versa. Conceitos de uma plataforma podem ser aprimorados ou “emprestados” para a outra – seja em produção, comercialização, agenciamento de talentos. E quanto mais estivermos com a cabeça aberta, e sem preconceitos, para captar essas percepções, mais adequado será o conteúdo para esse novo consumidor.
É impossível pensar em um conteúdo sem transbordá-lo para outras telas, em um tempo em que o consumidor já faz isso naturalmente
M&M – Qual o desafio entre conectar esses dois mundos, o da TV, com toda sua estrutura e o da internet, com toda sua dinâmica?
Vanessa – É o de desmistificar alguns pensamentos que existem tanto na TV quanto no digital. Hoje em dia você percebe, por exemplo, que a TV está mais dinâmica e que o digital tem toda uma estrutura por trás também. Existem certos conforto e comodidade que precisam ser quebrados para se aproveitar o que há de melhor dos dois lados e chegar a um equilíbrio perfeito. Na edição deste ano do youPixcon, por exemplo, fizemos a Arena Viu Hub, no qual tivemos uma programação intensa de mesas com profissionais vindos do digital com outros vindos da TV. Juntamos todo mundo: agência, anunciante, TV fechada, TV aberta e talentos, com discussões sinceras.
M&M – O que VIU está ensinando e levando para a Globosat em termos de inovação?
Vanessa – Temos vários projetos com os canais Globosat e colaboramos para reforçar as marcas da casa e a suas grades no digital. Estamos mostrando que é possível unir TV e digital, respeitando cada um a sua linguagem, ampliando a audiência e trazendo um público da TV para o digital e vice-versa.
Existem certos conforto e comodidade que precisam ser quebrados para se aproveitar o que há de melhor dos dois lados
M&M – Quais os planos para 2018?
Vanessa – Para este ano, a VIU prepara o seu primeiro projeto independente dos canais Globosat, que será apresentado ainda no primeiro semestre. O que posso adiantar é que a novidade envolve a migração de um talento nativo digital para uma grande plataforma. Além disso, queremos ampliar no digital o alcance das marcas que começamos a trabalhar em 2017, além de inovar cada vez mais nos formatos.
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