Thierry Breton defende alteração no leilão de espectro móvel na Europa
Comissário europeu para mercados internos propõe foco em “implementações mais rápida das redes” e não em “oferta mais elevada”
Comissário europeu para mercados internos propõe foco em “implementações mais rápida das redes” e não em “oferta mais elevada”
Fernando Murad
28 de fevereiro de 2024 - 13h20
Em sua participação no dia da abertura do Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, Thierry Breton, comissário europeu para mercados internos, se posicionou a favor de uma mudança radical no modelo de licenciamento do espectro móvel.
A proposta de Breton é que as licenças sejam concedidas não ao licitante com a maior oferta, mas ao operador que se comprometer a investir em implementações mais rápidas da rede.
O objetivo, de acordo com o comissário europeu, é estimular uma recuperação nas implementações de telecomunicações no continente e garantir que toda a população europeia possa se beneficiar das tecnologias móveis mais avançadas.
“As empresas e os cidadãos europeus estão sempre no centro da nossa ambição, mas devemos equilibrar o foco com a necessidade de uma economia competitiva e moderna”, disse Breton.
De acordo com Breton, a política de espectro deveria ser a mesma em toda a Europa. “No que diz respeito ao 6G, não podemos nos dar ao luxo de enfrentar atrasos no processo de licenciamento do espectro com enormes disparidades no calendário entre os estados-membros. Não podemos tolerar o mesmo resultado do 5G, onde o processo após oito anos ainda não está completo”, ressaltou.
Ao comentar o estado atual das redes na Europa, o comissário disse que não estão à altura dos requisitos de desempenho, com latência de cerca de 200 milissegundos. “É necessário um investimento para preencher a lacuna. São necessários 200 bilhões de euros nos próximos cinco a seis anos, e isto apenas para completar a implementação do 5G”, finalizou.
No mesmo dia, CEOs das principais operadoras da Europa, presentes em outro painel do evento, se uniram para pedir uma “rápida e radical mudança regulatória” para garantir que elas continuem capazes de atender clientes, investir em redes e inovação.
José María Álvarez-Pallete, chairman & CEO da Telefónica; Margherita Della Valle, CEO do Vodafone Group; Christel Heydemann, CEO da Orange; e Tim Höttges, CEO da Deutsche Telekom, argumentaram que a Europa está em risco de ficar atrás em termos de inovação tecnológica e investimentos em infraestrutura digital.
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