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Kal Penn traça intersecção entre sustentabilidade, varejo e Hollywood
Ator e ativista político, Kal Penn defende que a sustentabilidade não deve ser uma escolha do consumidor
Ator e ativista político, Kal Penn defende que a sustentabilidade não deve ser uma escolha do consumidor
Thaís Monteiro
17 de janeiro de 2023 - 20h01
Ator, produtor, e escritor, Kal Penn também teve uma trajetória política. Durante o governo Obama, do qual fez parte, reuniu um grupo de 140 jovens de diferentes características para uma mesma conversa sobre o clima: ativistas pela causa, grupo de jovens religiosos e conservadores e jovens empreendedores. Seu argumento é que não iria adiantar trazer só ativistas climáticos para a conversa.
“A coisa mais interessante e positiva em um mundo tão polarizado era trazer junto pessoas que não poderiam ter a chance de se encontrar e compartilhar o mesmo objetivo”, afirmou. E foi com essa perspectiva de união de lados que parecem opostos, mas são complementares que o ator e comediante abriu a última sessão da NRF Retail’s Big Show de 2023.
Kal Penn afirmou que tratará mais sobre sustentabilidade em seus projetos de conteúdo (Crédito: Thaís Monteiro)
Kal Penn chegou à Casa Branca através da também atriz e diretora Olivia Wilde, que o convidou para um evento da campanha Obama para a indústria do entretenimento em 2007 sabendo que ele gostava de políticas públicas.
Na ocasião, o ator aproveitou para fazer uma pergunta ao então senador Barack Obama a respeito de seu plano em relação ao meio ambiente. Penn estava convencido de que a proposta de Obama de aumentar a produção de etanol através de milho encareceria o produto e prejudicaria pessoas que dependem do subsídio para sobreviver, o que elevaria a pobreza, percepção baseada em um artigo que leu. Achando que sua perspectiva estava certa, Kal não esperava uma contra-proposta de Obama a respeito disso, pois o senador havia lido o mesmo artigo.
A partir desse momento, o ator passou a fazer parte da campanha presidencial e, posteriormente, Editor Associado Principal no Escritório de Engajamento Público da Casa Branca, co-chair da campanha de reeleição do presidente e líder do Comitê Nacional de Política das Artes.
Em toda essa passagem política, Kal Penn buscou trazer o tema sustentabilidade e mudança climática para pauta, inclusive promovendo eventos como o supracitado. Depois do período de cargo público, ele levou discussões sobre o clima para o universo do conteúdo. Em 2022, o ator lançou o programa Getting Warmer with Kal Penn na Bloomberg Green, plataforma de notícias focadas em análises, soluções e acompanhar o factual sobre mudanças climáticas. Nele, ele entrevista pessoas e marcas trabalhando no desenvolvimento de soluções sustentáveis. “A maioria dos documentários sobre climática é triste e é por um bom motivo, mas queremos destacar histórias de sucesso”, explicou.
A série tem uma entrevista com a Panasonic admitindo que é responsável por 1% das emissões de carbono globais e esclarecendo o que está fazendo para mudar esse cenário, como contratar pequenas empresas que trabalham com reciclagem de produtos ligados a bateria e se reestruturando para ser friendly no clima e nas suas parcerias. Há uma segunda temporada em produção. Ele chama a atenção para o grande poder de varejistas para mudar a forma como produz e distribui, principalmente olhando a cadeia de fornecedores e lembrou que as soluções climáticas podem beneficiar outras indústrias.
O ator acredita que não deveria ser uma escolha o consumidor ter que decidir pelo o que é mais inovador, eficiente ou sustentável. “Muitas coisas caem na resposta do preço [de que produto sustentável é mais caro]. Os produtos tem que ser inovadores e sustentáveis. Se você consegue fazer um produto inovador, já deve trabalhar para torná-lo sustentável”, frisa.
Antes de ir ao Retail’s Big Show, Kal ligou à colegas que trabalham em empresas varejistas para entender o contexto da sustentabilidade no varejo e ficou surpreso ao notar que há um paralelo na indústria varejista e do entretenimento no tema diversidade. “Conteúdo diverso era visto como risco em dez anos atrás. Agora está em todo lugar. A programação digital mudou as coisas. Os streamings surgiram e vieram com dados que de as pessoas amam conteúdo diverso porque eles não tinham isso disponível na programação linear. Isso parece acontecer com o varejo. O consumidor quer a escolha sustentável quando é oferecido desde que seja um preço adequado”, finalizou.
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