Pós-NRF: como será o amanhã para os negócios no varejo?
O que presenciei durante essa importante feira de varejo está ainda sendo absorvido para que eu possa tirar o melhor proveito
O que presenciei durante essa importante feira de varejo está ainda sendo absorvido para que eu possa tirar o melhor proveito
23 de janeiro de 2023 - 16h59
Mais uma NRF chega ao fim, e muitas expectativas estão agitando minha cabeça. O que presenciei durante essa importante feira de varejo está ainda sendo absorvido para que eu possa tirar o melhor proveito. Muitos tópicos me chamaram atenção, entendi que estamos em um momento desafiador para o setor por diversos motivos, como a retração econômica, que foi impactada diretamente pela pandemia, o aumento da taxa de juros e a inflação, além de sintomas típicos de todo esse cenário, como a instabilidade geopolítica e a redefinição da cadeia de suprimentos. Nesse sentido, temos que ter em mente como vamos priorizar as agendas para fazer com que esse mercado volte a crescer em curto prazo de forma sustentável novamente, trazendo à tona a necessidade de termos operações eficientes, com especial atenção ao digital.
Contudo, um novo mundo está se abrindo para diversas indústrias e também vai impactar positivamente o varejo, a Inteligência Artificial, que requer o uso intensivo de dados de qualidade, e a Web3.0, por trazer grandes inovações, desde blockchain, criptomoedas, metaverso, DAO’s — organizações autônomas descentralizadas ligadas por redes de blockchain — e outras transformações n. Dentro desse contexto, podemos nos aproveitar de experiências diversas de realidade aumentada e virtual, hologramas, isso tudo dentro das lojas, sejam elas físicas ou virtuais.
Um ponto importante é notar o quanto a Inteligência Artificial (IA) já faz parte do nosso dia a dia e que vai mudar ainda mais as relações entre o varejo e os consumidores. O aumento de sua capacidade de uso está trazendo ainda mais adoção e auxiliando em processos internos, como na cadeia de suprimentos, abastecimento de lojas, fornecedores, entre outros. Além de reduzir custos de operações e aumentar a eficiência. De acordo com o Gartner, 86% dos CEOs afirmaram que a IA se tornou uma tecnologia de ampla adoção, e a consultoria Grand View Research apontou que a projeção desse mercado é alcançar US$ 1 trilhão em 2030. Uma ferramenta nova e que o mercado já está vislumbrando para o varejo é o ChatGPT, criado pela OpenIA, de Elon Musk, que é capaz de entender a linguagem humana natural e gerar respostas similares às do nosso intelecto. Imagine que uma rede varejista possa criar seus próprios bots que gerem rápidas e eficientes respostas no atendimento ao cliente sem necessidade de treinamento de máquina. Isso é bastante revolucionário!
E falando de metaverso, neste ano começaram a surgir os primeiros casos de uso para sua utilização. Embora com menor foco em disrupção, foram apresentadas grandes evoluções, o que mostra o longo e desafiador ciclo que teremos pela frente para adoção dessa tecnologia. Esse mercado, que segundo a consultoria Statista deve movimentar quase US$ 679 bilhões em 2030, está em plena ascensão, e muitas empresas conhecidas já fazem um trabalho por lá. Em uma das apresentações que assisti, mostraram um caso de sucesso da Nars, empresa francesa de cosméticos, que criou um evento no jogo Roblox entre julho e setembro do ano passado. Nesse ambiente, os usuários podiam coletar recompensas, conquistar tarefas, criar looks e maquiagens e ainda era possível comprar skins para os avatares. Um mundo digital totalmente criativo e exuberante para uma geração que usufrui da gamificação.
Outros exemplos já conhecidos no metaverso são ações no jogo Fortinate — um dos games mais populares do mundo, com mais de três milhões de usuários —, com Balenciaga e Burberry, que estão imersas e querem vender seus produtos para um público exclusivo. Dentro do jogo Roblox, a Nike criou a Nikeland, para vender artigos esportivos aos avatares dos jogadores, e a Gucci já vendeu uma bolsa por mais de US$ 4 mil. As companhias brasileiras também estão testando a tecnologia. O Boticário acaba de lançar um universo interativo dentro do Fortnite para promover a marca Egeo para a Geração Z. As Lojas Renner e a TIM também estão com espaços virtuais na tentativa de integrar o físico e o digital.
Toda essa transformação vai revolucionar a forma como as pessoas compram. Uma das coisas que ouvimos muito na NRF é que a jornada começa na loja, seja ela física ou virtual. Mas é importante trazer aqui que, para vivenciar um ambiente totalmente imersivo, como o do metaverso, também são necessários assets, como realidade virtual e aumentada (VR e AR). O estudo da Harvard Business Review “How AR is redefining retail in the pandemic” mostra que a interação com produtos que tenham experiências de realidade aumentada tem uma taxa de conversão 94% maior. Outro levantamento, da empresa Alpha 3D, nos Estados Unidos, apontou que 61% dos consumidores preferem comprar de marcas que oferecem essas realidades.
Por fim, a NRF nos trouxe uma palavra muito importante, a personalização, e como, por meio dela, será possível fidelizar os clientes e criar uma conexão com eles após esses tempos incertos que vivemos. Além de conhecer, você entende realmente o seu clientes? Segundo vivenciei, existe uma grande necessidade de uma nova abordagem, com mais experiências, mais digital e totalmente centrada nas necessidades dos consumidores e apoiada em dados. Repensar os espaços não é mais só um desafio, é preciso ter KPIs definidos, um modelo de gestão e um desenho organizacional com metas claras para saber onde e quando chegar. Depois de todo esse vasto conteúdo para processar, te pergunto: você está pronto para começar a revolucionar seu negócio?
Conheça a geração alpha e o quais são as desafios para o futuro.
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