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Como a IA transformou a compra de mídia da Sky

Parceria com Dentsu e Pixis automatiza operação da empresa e reposiciona o papel das equipes de marketing

i 21 de novembro de 2025 - 6h03

Parceria entre SKY, Dentsu e Pixis impulsiona a automação por IA (Crédito: Fahmi_Ruddin_Hidayat/Shutterstock)

Parceria entre Sky, Dentsu e Pixis impulsiona a automação por IA (Crédito: Fahmi_Ruddin_Hidayat/Shutterstock)

A Sky se tornou um dos primeiros anunciantes do Brasil a automatizar completamente sua operação de compra de mídia com inteligência artificial (IA).

A iniciativa, desenvolvida com a Dentsu e a plataforma global Pixis, foi implementada em junho deste ano e já demonstra impacto direto em eficiência e precisão das campanhas.

Segundo Eduardo Bernstein, diretor de comunicação da Sky, a decisão de adotar o modelo “IA First” surgiu da necessidade de ganhar escala com mais inteligência.

Dessa forma, a IA passou a desempenhar papel central ao conectar plataformas, otimizar investimentos e aumentar a geração de leads qualificados.

De fato, antes, a operação enfrentava desafios como superposição de audiências e crescente complexidade de dados.

“As equipes precisavam interpretar múltiplos sinais e otimizar campanhas quase manualmente, o que consumia muito tempo e limitava nossa capacidade de avançar em estratégia”, diz Bernstein.

Assim, a automação não substituiu o olhar humano, e sim ampliou a capacidade de atuação, afirma o executivo.

Sky unifica operação com IA

A estratégia liderada pela Dentsu exigiu a reconfiguração de processos e criação de umecossistema integrado entre plataformas como Google Ads, Google Analytics, Meta Ads e o próprio painel de controle da Sky.

De acordo com Silvia Visani, líder de data insights e inovação da Dentsu, esse ajuste foi determinante para permitir que a IA operasse em tempo real.

“Conectamos todos os dados à tecnologia da Pixis. A IA passou a redistribuir orçamento, testar criativos e otimizar campanhas de forma contínua, com velocidade impossível de alcançar manualmente”, explica.

Portanto, a integração proporcionou um novo modelo de gestão do mix de mídia.

Com isso, a IA passou a identificar variações de comportamento, redistribuindo investimentos automaticamente conforme a performance de cada canal.

A Pixis também possibilitou a priorização dinâmica de criativos e a redução do custo por lead.

Bernstein destaca que a solução trouxe mais flexibilidade e ampliou a capacidade da empresa de explorar novas audiências em escala.

IA no dia a dia

Além dos resultados operacionais, a transformação mexeu diretamente na rotina interna.

O time de marketing, agora, atua de maneira mais estratégica. “A IA assumiu a parte analítica e operacional. Isso liberou nossa equipe para focar em criatividade, visão de negócio e coordenação de iniciativas”, diz Bernstein.

No entanto, a mudança gerou dúvidas no início, reconhece.

“Toda transformação gera questionamento, mas a transparência dos dados e os primeiros resultados, como a redução de 28% no CPA, consolidaram a confiança.”

Do lado da tecnologia, Luiz Lima, diretor da Pixis para a América Latina, explica que o sistema funciona como uma “camada de inteligência” sobre as plataformas já usadas pela Sky.

A IA cria e testa milhares de microcenários, realocando orçamento e priorizando ações com maior probabilidade de conversão.

“A tecnologia aprende o funcionamento específico de cada plataforma e conecta insights entre elas, antecipando padrões e entregando ganhos consistentes”, afirma.

A governança foi outro ponto central do projeto.

Todas as decisões automatizadas são rastreáveis por dashboards, e limites de custo, diretrizes de segurança e metas estratégicas são definidos previamente pelas equipes humanas.

“A automação não elimina o controle, ela o reposiciona”, afirma Lima, da Pixis.

Futuro

Agora, com os resultados iniciais, a Sky planeja expandir o uso de IA para áreas como planejamento de campanhas, modelagem preditiva de retenção, estratégias de upsell (quando o cliente é incentivado a migrar para uma versão mais completa ou avançada do serviço), além de personalização de conteúdo e ofertas.

Para Bernstein, a experiência deixa uma lição importante para o mercado.

“A IA não elimina o trabalho, ela transforma. Empresas que encaram essa transformação como oportunidade aceleram resultados. É preciso visão estratégica, coragem e abertura para o novo”, diz.

Já para a Dentsu, marca um novo capítulo da mídia digital no País.

“A IA executa, mas quem dá sentido é o humano. O futuro da mídia é essa combinação”, afirma Visani.