ChatGPT domina mercado de inteligência artificial no Brasil
Pesquisa revela domínio do ChatGPT, crescimento do Perplexity e surgimento da era GEO no Brasil

ChatGPT, Perplexity ou Google são as principais ferramentas de pesquisa dos brasileiros (Crédito: Tada Images/Shutterstock/Equipe M&M)
A inteligência artificial generativa já está transformando a forma como consumidores descobrem e compram produtos online no Brasil.
É o que revela a pesquisa “O Futuro da Busca: como a IA Generativa está redefinindo o caminho até o consumidor”, desenvolvida pela Cadastra em parceria com a Similarweb.
O estudo analisou o uso de plataformas de IA entre janeiro de 2023 e agosto de 2025, com foco em seu impacto sobre o e-commerce e o marketing digital.
ChatGPT, Perplexity ou Google?
Segundo os dados, o ChatGPT domina 99% do mercado brasileiro de IA generativa, registrando 310,67 milhões de acessos em agosto de 2025, um crescimento de 124,58% em um ano.
O Perplexity, segundo colocado, também apresentou avanço expressivo de 131,03%, alcançando 2,01 milhões de visitas no período.
Entre janeiro de 2023 e agosto de 2025, o ChatGPT gerou mais de 6,1 milhões de visitas de referência aos 10 maiores e-commerces brasileiros, consolidando-se como um novo canal de descoberta e conversão.
O Google segue relevante, mas tem apresentado leve retração no volume de acessos, enquanto os usuários passam a alternar e complementar buscas entre ambas as plataformas.
Com esses números, o Brasil se consolida como o terceiro País com maior volume de tráfego global em ferramentas de IA, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.
O público das plataformas é majoritariamente jovem: 60% dos usuários do ChatGPT têm entre 18 e 34 anos, com 54,9% de predominância masculina.
O Perplexity apresenta perfil similar, com uso mais técnico e concentrado entre homens (56,8%).
A sobreposição entre as duas plataformas é baixa, apenas 1,04% dos usuários do ChatGPT também utilizam o Perplexity, o que reforça o domínio da OpenAI no mercado.
Categorias
De acordo com a análise, diferentes setores já são impactados pela IA generativa. No varejo de beleza, o público é conectado e atento a práticas ESG, buscando equilíbrio entre lojas físicas e digitais.
No setor farmacêutico, 70% das visitas via IA estão concentradas nos três maiores e-commerces do segmento, com foco em comparação de preços.
Na moda, destacam-se marketplaces de revenda e consumo sustentável, liderados por plataformas como o Enjoei. Já no setor de viagens, cresce o uso cotidiano da IA em aplicativos de transporte, hospedagem e planejamento de rotas.
GEO marca nova fase da busca digital
Essa mudança marca o surgimento do Generative Engine Optimization (GEO), nova disciplina que se soma ao SEO tradicional.
O GEO prioriza a visibilidade de conteúdos referenciados como fonte por modelos de linguagem (LLMs), e não apenas seu ranqueamento em buscadores.
Essa transformação exige que as marcas reformulem suas estratégias de conteúdo para serem identificadas e citadas pelas inteligências artificiais.
O comportamento do consumidor também mudou. As perguntas realizadas em ferramentas de IA são cinco vezes mais longas que no SEO tradicional, com média de 23 palavras por consulta, e as sessões duram mais de 7 minutos.
Além disso, o ChatGPT passou a oferecer recursos de compra instantânea, o instant Checkout, permitindo que usuários finalizem transações sem sair da plataforma.
Nos Estados Unidos, 41% dos consumidores já preferem buscas generativas para compras online, e esse padrão tende a se repetir no Brasil nos próximos meses.
Nesse novo cenário, métricas tradicionais de performance, como a taxa de cliques (CTR), perdem relevância, dando lugar à taxa de referência (referrals) e à densidade de menções, que indicam com que frequência uma marca é citada nas respostas de IA.
O estudo recomenda que as empresas adotem uma visão de supply chain de conteúdo, com processos contínuos e integrados de criação, revisão e mensuração, algo decisivo para quem deseja competir no ambiente da IA.
Metodologia
A pesquisa utilizou a base de dados da Similarweb, que combina múltiplas fontes, incluindo medição direta, redes de contribuição, dados públicos e parcerias, para estimar tráfego e comportamento digital.
Foram analisados dados de janeiro de 2023 a agosto de 2025, cobrindo 600 sites, sendo 100 em cada setor: AI chatbots, e-commerce, viagens, moda, beleza e setor farmacêutico, além de mais de 12 mil palavras-chave monitoradas.
Os dados consideraram plataformas desktop, mobile web e aplicativos, abrangendo métricas de audiência, engajamento, busca paga e orgânica, social, display e referrals.
Após a coleta, as informações passaram por processos de limpeza, correspondência e mescla para eliminar duplicidades e padronizar as fontes.
Na etapa de modelagem, foram aplicados métodos de machine learning e calibragem preditiva para ajustar as estimativas de tráfego e participação de mercado, garantindo consistência entre diferentes períodos e indústrias, além de permitir comparações históricas e identificação de tendências no ambiente digital brasileiro e global.