Tendências NRF 2024: a nova era dos serviços no varejo
Com o poder dos dados, varejistas ampliam suas receitas em novos modelos de serviços
Com o poder dos dados, varejistas ampliam suas receitas em novos modelos de serviços
18 de janeiro de 2024 - 12h29
De olho no que a NRF tem apresentado como tendência para o mercado varejista, podemos dizer que tal qual a “internet das coisas”, entramos na era da “finança das coisas”. Empresas de diversos setores da economia estão passando a integrar serviços financeiros em seu escopo de negócio. Esse conceito já tem até nome técnico: “embedded finance” – ou finanças integradas, em uma tradução livre.
É um mercado que tem crescido diante de nossos olhos, com projeção de US$ 7,2 trilhões movimentados até 2032, de acordo com um estudo desenvolvido em 2022 pela AWS e a plataforma bancária Mambu – o dobro do valor somado dos 30 maiores bancos do mundo, para se ter uma base de comparação. A mesma pesquisa indica que o setor varejista será o principal expoente das finanças integradas, responsável por quase metade (49%) das transações nesse período, com um montante de cerca de US$3,5 trilhões.
Com a tecnologia adequada, hoje uma empresa varejista já consegue ofertar serviços financeiros dentro de sua plataforma. Mas isso vai muito além de um simples cartão de crédito: por meio de uma parceria com um banco, as varejistas podem fornecer produtos como seguros, que vão desde a garantia estendida de um equipamento até um seguro de celular. A solução financeira já fica disponível na própria plataforma de vendas, à distância de alguns toques na tela.
O varejo já tem, inclusive, uma carta na manga para oferecer serviços financeiros de qualidade: é o setor que tem mais dados de consumo e comportamento dos seus clientes. É uma oportunidade de otimizar ainda mais as ofertas, torná-las mais coerentes e personalizadas. Seria possível prever hábitos de consumo, como as melhores datas para indicar determinado produto, além de diversas outras áreas de prioridade e sinergia.
Isso tudo pode ser resumido em uma só palavra para o cliente: conveniência. Para os varejistas, uma nova fonte de receita se abre – além de lucrar com a venda de produtos, também recebe dos serviços financeiros.
Essa revolução no varejo, no entanto, vai além das finanças. Outro setor de grande potencial são os serviços de saúde e bem-estar, com os mais de 50 milhões de brasileiros com acesso a plano de saúde, segundo o último balanço mensal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Com o conhecimento que o varejo já tem de seus clientes, abre-se uma possibilidade gigante de indicar serviços amplos e coerentes no setor, de exames clínicos à prescrição de um óculos, por exemplo. Esse fator, aliado ao conhecimento financeiro que o varejo pode obter, traria um arsenal de inteligência para a mesa das varejistas, que seriam capazes de revolucionar a oferta de produtos e serviços. Isso tudo sem contar com o avanço da inteligência artificial, que vai melhorar as capacidades de processamento de dados, eliminar tarefas repetitivas e, consequentemente, elevar o nível de experiência e qualidade de consumo.
Fato é que, pela primeira vez, temos a capacidade única de monetizar dados e o próprio relacionamento com os clientes. E o varejo tem uma oportunidade única nesse contexto: transformar suas plataformas em hubs de serviço completos, turbinados com inteligência artificial e com as mais variadas soluções para as diversas necessidades de seus clientes. Bem-vindos a uma nova era na experiência do consumo.
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