19 de março de 2018 - 11h08
O header bidding revelou enormes volumes de inventário de desktop, revolucionando o campo de atuação para compradores e publishers. Ainda há muito para se discutir sobre header bidding, mas o mercado não pode perder de vista o número de novos formatos e canais interessantes que estão penetrando no espaço programático e começando a ter um impacto fora dessa discussão. Mídia impressa, outdoors, rádio e até mesmo os tradicionais comerciais da televisão estão adotando a tecnologia de automação – mudando a cara da publicidade como a conhecemos e apresentando uma oportunidade propícia para os anunciantes atingirem seus consumidores.
Para compreender a oportunidade que essa diversidade de inventário oferece, nós devemos nos conscientizar das vantagens exclusivas e das nuances que cada um desses tipos de mídia oferece. Abaixo estão alguns dos mercados com os quais estamos particularmente entusiasmados.
Áudio programático
O áudio programático vem se tornando cada vez mais importante nos planos de mídia programática, e a demanda por inventário de áudio de alta qualidade está crescendo. O inventário de áudio é envolvente, direcionado e, com previsões de que a Internet móvel aumentará 50% até 2020, ele tem um alcance impressionante. O Spotify já tem 100 milhões de usuários; o Pandora, 77,9 milhões. O áudio digital está crescendo globalmente, com mais de US$ 2 bilhões em investimentos na América Latina em 2016.
À medida que o ambiente publicitário se torna mais automatizado, um turbilhão de novos inventários estão disponíveis aos anunciantes – e as marcas estão aproveitando a oportunidade para atingir novos mercados e públicos de forma segmentada e envolvente
Além desse alcance impressionante, os profissionais de mídia enxergam outras oportunidades no inventário de áudio: é relevante, não-intrusivo e a entrega de publicidade é contextual. Mais do que nunca, os usuários querem playlists personalizadas, independentemente de estarem malhando, estudando ou em uma festa, e tem uma conexão emocional com a música. Isso explica porque a publicidade via áudio revela uma lembrança de marca 60% maior do que os tradicionais banners publicitários, e tem duas vezes mais probabilidades de atingir grandes defensores de marca. Com áudio, os anunciantes também podem usufruir de dados de aplicativos e dispositivos móveis para direcionar seus anúncios para o target exato. Ao navegar pelo crescente mercado de áudio, é fundamental que os anunciantes encontrem os parceiros certos para manter a qualidade e atender às expectativas mais altas dos usuários. Assim, o modelo ideal de compra de inventário de áudio é via private marketplace, no qual podem acessar inventário. Para aproveitar por completo a promessa de áudio, é essencial explorar a diversidade de produtos oferecidos no mercado, pois cada um deles, como podcasts, streaming e rádio ao vivo, oferecem diferentes benefícios.
OTT
Com o crescente número de pessoas cancelando seus pacotes de assinatura de TV, o consumo de mídia Over The Top (OTT) está se tornando o modo preferido de consume de conteúdo pelo público – em oposição à transmissão por cabos ou satélites. Junte a isso o custo relativamente baixo e o fácil acesso, o resultado é a constante presença do mundo digital em nossa sala de estar. A penetração de serviços OTT cresceu recentemente na América Latina, mas já há mais de 230 plataformas e serviços diferentes disponíveis.
Entretanto, embora a OTT seja uma oportunidade importante, também apresenta seus próprios desafios. De experiências fragmentadas entre dispositivos até encontrar métricas de avaliações universais, os profissionais de mídia têm alguns desafios para enfrentar no ambiente de OTT. Para a mídia ser efetiva, os anunciantes precisarão ter a capacidade de impactar uma audiência premium, por meio de dispositivos conectados, em único processo de compra programática. Para isso, toda a cadeia de mídia precisará ser cada vez mais integrada. Com a ascensão indiscutível de serviços OTT, é indispensável que os anunciantes tenham parceiros que priorizem qualidade, para que possamos cumprir a promessa e, ao mesmo tempo, atender às altas expectativas dos espectadores.
Digital out-of-home
O mercado de Digital-Out-Of-Home (DOOH) é outro espaço que está se reinventando – tornando a clássica experiência da comunicação mais eficiente e efetiva pelo uso da automatização e de dados em outdoors e muito mais. O mercado de DOOH integra tudo, desde os gigantes painéis digitais ou impressos em edifícios e rodovias, até visores em bares, restaurantes, banheiros, elevadores, pontos de ônibus e muito mais. A PriceWaterHouseCoopers prevê que o crescimento de DOOH entre 2013 e 2018 será o maior na Argentina, no Brasil, no Chile, na Colômbia e no Peru. O que é interessante no DOOH é que, diferentemente do mercado de out-of-home de antigamente, permite que os anunciantes atinjam públicos-alvo em um contexto real específico, enriquecido com tecnologias mobile, como GPS, WiFi e dados que possibilitam a integração do físico com o online.
À medida que o ambiente publicitário se torna mais automatizado, um turbilhão de novos inventários estão disponíveis aos anunciantes – e as marcas estão aproveitando a oportunidade para atingir novos mercados e públicos de forma segmentada e envolvente. Com uma infinidade de formatos, canais e plataformas sendo disponibilizados, o digital está estendendo as definições originais de display, mobile e vídeo. Através da colaboração com empresas visionárias e diversificadas, estaremos no caminho para proporcionar um mercado publicitário cada vez mais completo.
*Créditos da imagem no topo: ViewApart/iStock