Aprendizado contínuo
Caminho que pode levar os profissionais de marketing ao topo da carreira não é linear e está pavimentado com formação acadêmica, experiências práticas e habilidades que mudam com a rapidez da transformação digital
Caminho que pode levar os profissionais de marketing ao topo da carreira não é linear e está pavimentado com formação acadêmica, experiências práticas e habilidades que mudam com a rapidez da transformação digital
12 de setembro de 2023 - 14h00
A evolução tecnológica deixou mais refinado o trabalho do marketing de identificar e alcançar o alvo desejado no melhor momento para a abordagem. Em contrapartida, a pulverização dos meios de conexão e a atenção difusa do público adicionaram complexidade aos processos de acompanhamento das jornadas de consumo e aumentaram a pressão por resultados, agora mensurados com mais precisão — o que, por um lado, possibilita correções de rotas mais ágeis, mas, por outro, expõe com mais rapidez táticas malsucedidas.
Os desafios impostos ao executivo de marketing se multiplicaram na mesma velocidade das transformações comportamentais, alterando as aptidões necessárias para seu sucesso profissional. É preciso compreender o cenário tecnológico em constante mutação e equilibrar intuição com análise embasada por uma quantidade de dados muito maior que a anteriormente disponível.
A chave do aprendizado contínuo precisa estar constantemente ligada, pois as táticas testadas e comprovadas envelhecem mais rapidamente, e construir novas estratégias capazes de contemplar simultaneamente performance já e construção de marca para o futuro exige não só capacidade, mas também fôlego e coragem.
Fôlego porque a metodologia ágil é fundamental para enfrentar o encurtamento do espaço que separava a coleta e análise de dados da tomada de decisões — o que, agora, ocorre em tempo real. E coragem porque, em última instância, está nas mãos dos executivos de marketing a defesa da criatividade pertinente e da ousadia atrativa, combustíveis essenciais para a sobrevivência saudável da indústria de comunicação.
O caminho que pode levar os profissionais de marketing à excelência que permite postularem o topo da carreira, em posições de CMOs, não é linear e está pavimentado com conhecimento gerado pela formação acadêmica, mas, sobretudo, pelo acúmulo de experiências práticas e de habilidades que mudam com o passar do tempo. Recentemente, perfis operacionais e hiper especializados deram lugar a atributos de gestão estratégica, que exige conciliar agilidade, capacidade adaptativa, postura articuladora e liderança humanizada.
A reportagem publicada nas páginas 24 a 26, destaque principal na capa desta edição, trata dos esforços para minimizar o descompasso entre as habilidades exigidas atualmente pelo contexto mercadológico aos profissionais de marketing e a formação acadêmica que pode ajudá-los a se preparar para serem os CMOs de amanhã. A repórter Taís Farias entrevistou instituições de ensino, empresas que investem em educação especializada e profissionais de marketing para analisarem a adaptação dos conteúdos dos cursos ao contexto atual, que mistura consumo digital com estratégias dependentes de algoritmos — o que impõe a difícil meta de atualização constante das disciplinas oferecidas nas grades curriculares.
Um ponto de atenção é o da diversidade na porta de entrada para o mercado, que não se abre na velocidade e na intensidade necessárias para ajudar os ambientes corporativos a terem uma representação mais fiel da população brasileira e, com isso, desenvolver estratégias mais condizentes com a realidade do País.
A modernização da formação acadêmica e prática dos profissionais é determinante também para sustentar o índice de satisfação dos CMOs com a atividade que exercem, apesar do contexto estressante que os cercam. Os líderes de marketing atuantes em grandes anunciantes no Brasil mantêm a maior taxa de orgulho em relação ao seu trabalho em todo o mundo, de acordo com o estudo CMO Pulse Survey, da Forrester, cujo recorte brasileiro foi realizado no ano passado em parceria com Meio & Mensagem. O índice nacional de sentimento positivo é de 96% ante a média global de 70%. O ânimo vem, em parte, da rotina dinâmica, de constante experimentação de tendências e de busca por impacto na história das marcas.
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