Artistas musicais e o hype do UGC
Como as marcas podem surfar essa nova onda no streaming
Como as marcas podem surfar essa nova onda no streaming
25 de fevereiro de 2022 - 6h00
A tecnologia e as novas plataformas estão sempre em primeiro lugar.
Procuramos constantemente informações de comportamento, dados, tendências da mídia para criar ações relevantes para as marcas. E isso acontece também com os artistas musicais para divulgação de suas músicas e conteúdo.
Segundo pesquisa da MIDiA Research, o UGC (User-Generated Content – conteúdo gerado pelo usuário) contribuirá com US$ 6 bilhões em receitas relacionadas à música até 2022.
Na área musical, o YouTube domina o consumo de streaming e a maioria dos mercados globalmente, mas notavelmente, observamos a revolução e impacto das empresas como Tiktok, Spotify e outras plataformas no negócio da música.
Ao passo que os artistas utilizam essas tecnologias para lançamento e divulgação da obra musical, eles intensificaram ainda mais o poder da sua influência e permitiram a entrada dos fãs em seus universos “privados”. Além dos tradicionais vídeos clipes, com milhões de visualizações no YouTube e os hits no TikTok, novos formatos vêm sendo explorados pelos artistas e pela indústria da música, com projetos e labels exclusivas, como o “Numanice” da Ludmilla, que reuniu os maiores influenciadores do Brasil e todas as faixas do projeto entraram no Top 200 do Spotify, ou uma série, como da Sandy+ Chef, em que a produção alcançou a maior audiência da HBO Max no final de semana de estreia, ocupando o primeiro lugar entre os programas mais vistos da plataforma no Brasil.
As oportunidades no negócio da música e a adesão das marcas às tecnologias que impulsionam a música andam em paralelo e não necessariamente integrados. O que é um hit ou conteúdo verdadeiro para um artista não significa o mesmo conceito para a marca. Os artistas musicais podem ajudar as marcas além do comercial tradicional de TV e do post em suas redes sociais. Embora haja pouca dúvida de que incluir uma marca em uma ação com música possui impacto, seguir com uma estratégia integrada e que tenha talkability tem sido frequentemente desafiador porque grande parte das estratégias publicitárias que envolvem o artista musical são elaboradas a partir de um roteiro feito basicamente por meio da análise de performance daquele artista por uma plataforma de analytics de redes sociais, mas precisamos entender o universo que esse artista atua, o que ele representa para o público e explorar toda a potência a partir do seu ecossistema.
O aumento do consumo da música no Brasil, as conversas diárias dos artistas nas redes sociais, as experiências em shows, live sessions, visualizers, podcasts e cada vez mais mini-docs desses “novos creators”, oferecem para o mercado publicitário novas oportunidades e descobertas de diálogos reais com os consumidores-fãs.
Soluções de anúncios e mídia programática em plataforma de música são válidos, mas também estamos de olho no que é hype para o artista e para um consumidor? O artista musical é uma plataforma de conteúdo, é uma mídia e tem vários canais de conversa, um exemplo é a nova plataforma de estilo de vida da Dua Lipa, Service95.
A jornada do consumidor na música vai além do vídeo de 15 segundos ou do post com o produto da marca em mãos.
Projetos audiovisuais e as experiências com os artistas permitem um alcance incremental, uma maneira hype de integrar as marcas ao crescente domínio do streaming. Segundo dados do Painel Nacional de Televisão (PNT), o streaming é atualmente o único meio de entretenimento em crescimento no país: de janeiro/novembro de 2020 a janeiro/novembro de 2021, o salto foi de 27% – passando de 5,9 pontos para 7,5 pontos na média-dia (das 7h à 0h). Hoje, o streaming é maior que a TV paga no Brasil.
Uma solução com forte potencial para marcas reforçarem sua estratégia por meio dos artistas que fazem parte da cultura do consumidor, e que está se tornando cada vez mais presente na vida de todos os brasileiros. O desafio surge em instigar as marcas para um novo olhar: “Como criar um conteúdo verdadeiro, em que a marca seja mais que um simples patrocinador?” As collabs e o desenvolvimento do roteiro com artistas para o streaming, o product placement, surgem como uma voz relevante da cultura, que pode ser uma expressão, uma menção, uma personificação de questões sociais e assuntos reais que são traduzidos pelas séries e mini-docs.
O hype do artista no streaming é elevar ainda mais o engajamento do conteúdo e eles conhecem esse caminho porque entendem a cultura e representam o território em que atuam. Métricas de curtidas, alcance e comentários fazem parte do ecossistema do entretenimento e da música, mas há uma ramificação de formatos criativos, de tendências e movimentos da cultura que influenciarão na evolução do conteúdo e oportunidades para as marcas.
Artistas musicais são o meio da conectividade com a cultura. Os consumidores não se veem somente fãs, mas o artista como parte de suas vidas.
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