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Bloqueio criativo. E agora?

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Opinião

Bloqueio criativo. E agora?

Problema é resultado de uma série de fatores que vão do aperto no coração à sensação de ser uma farsa e até mesmo vontade de pular num precipício


9 de novembro de 2018 - 9h52

Crédito: mediaphotos/iStock

Ser criativo não significa que você terá ideias bacanas a todo momento, como um botão que você aciona e pronto, o insight surge magicamente. Criatividade é sim uma qualidade e pode estar no seu DNA, mas o bloqueio criativo é comum e chega sem avisar, sem marcar dia, ou local. Por essa razão o bloqueio criativo é o pesadelo de dez entre dez profissionais do nosso setor. O que devemos fazer quando a fonte de inspiração parece ter chegado ao fim? Em primeiro lugar, é preciso ter calma. Respire fundo, jogue água gelada no rosto e lembre-se que todo ser humano pode sofrer um apagão.

Quando a criatividade some e as ideias não se conectam uma às outras, é preciso parar e pensar no que está sugando suas energias. As causas são variadas e vão desde a busca incessante pelo perfeccionismo, passando pelo medo de não superar as expectativas e até mesmo perda de ânimo, provocado pelo estresse.

Para deixar essa dificuldade momentânea de lado e não ficar com aquela sensação de que ser criativo é um dom para poucos, uma das principais dicas é conversar com alguém. Dê uma volta na rua e puxe assunto com pessoas aleatórias. Se você for tímido, chame um Uber para ir até o mercado e comece um assunto com o motorista, mostrando interesse pela vida dele. Não existe nada melhor do que um bom bate papo para ajudar as ideias começarem a fluir. Ouvir as pessoas ajuda a abrir mais a mente, o que pode contribuir – e muito – para destravar ideias.

Se mesmo assim, nenhuma história surgir, é sinal de que é hora de parar e relaxar. Reserve alguns minutos para você mesmo, caminhe para arejar o pensamento, tome um café na sua caneca do Mickey preferida ou faça alguma coisa que dê prazer. Há os que preferem ouvir música, outros exercitar o corpo e aqueles que recorrem à meditação. Encontre aquilo que funciona melhor com você.

Outra dica é fazer cursos de assuntos que não tenham nada a ver com seu trabalho Por exemplo, massagem, jardinagem ou dança cigana. Isso ajuda sua mente a viajar e, quem sabe, até mesmo descobrir novas habilidades e um novo talento. Sua mente tem vários compartimentos e muitos, com certeza, ainda são desconhecidos.

Esqueça os anuários de criação, blogs de publicidade, campanhas de sucesso já premiadas. Busque inspiração com os maiores contadores de história: na literatura, no teatro, no cinema e na TV (leia-se séries gringas). Analise as engrenagens das obras que se comunicam ou retratam o target e o universo que você mapeou.

Se ainda assim a inspiração não chega, procuro ter contato com a natureza: piso no chão de terra ou abraço uma árvore. É sério! Isso ajuda – e muito. Mas, se a natureza está longe e o tempo é curto, vou até o parque mais próximo, deito na grama com o meu caderninho e a minha playlist preferida e deixo os pensamentos fluírem. Outra opção é ir até uma livraria e folhear livros de sessões que nunca daria bola. Deixe a mente sempre aberta.

E, por falar em mente aberta, deixe seu lado lúdico vir à tona. Passe uma tarde com seu filho ou sobrinho ou se ofereça para cuidar do filho do vizinho. Crianças são uma fonte inesgotável de criatividade.

Se você tem um prazo maior ou simplesmente está trabalhando em algo pessoal, aproveite e deixe seu projeto descansando um dia. Se você está escrevendo um texto e perde a inspiração, deixe para finalizá-lo no dia seguinte. Com o cérebro descansado, as ideias brotam mais facilmente e o momento tão esperado, o momento “eureca” surge naturalmente.

Outra alternativa é fazer uma lista de 50 ideias que você considera ruins e as colocar no papel em cinco minutos cronometrados. Essa é uma tática para soltar a criatividade, sem dar tempo para o julgamento atuar. Depois releia tudo e veja a mágica acontecer. Pelo menos uma ideia terá potencial para se tornar uma boa história. Ou, então, já teremos o cérebro aquecido e nos livramos daquela pressão “preciso ter uma grande ideia” – essa cobrança é a maior assassina da nossa criatividade.

Enfim, o bloqueio criativo é resultado de uma série de fatores que vão do aperto no coração à sensação de ser uma farsa e até mesmo vontade de pular num precipício. Todo ser humano tem “direito” a ele e o que importa é que existem mil e uma maneiras de driblá-lo. Dê um tempo, prepare a sua jogada e siga firme em direção a sua meta: criar uma boa história.

 

*Crédito da imagem no topo: kmlmtz66/iStock

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