Criatividade x métricas – A criação está em segundo plano?
Profissionais de comunicação se "matam" para tentar atingir metas impostas por algoritmos que acabam se transformando em objetivos a serem atingidos
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Enquanto códigos, métricas e ROIs brigam para atrair e chamar a atenção dos consumidores, profissionais de comunicação, independentemente de estarem nos departamentos de marketing ou nas agências, se “matam” para tentar atingir metas impostas por algoritmos que acabam se transformando em objetivos a serem atingidos.
E o que isso quer dizer? Sem generalizar, vamos começar com algumas indagações. Que os clientes estão mais preocupados em atingir suas metas de acordo com algoritmos? Que os setores de BI tomaram o lugar das áreas de planejamento? Que as agências estão deixando de lado a qualidade criativa para se transformarem em “caçadoras” de metas digitais?
O fato é que parece que, em alguns casos, a importância da qualidade criativa, da ideia, seja nos clientes, seja nas agências, pode estar em xeque. Ela começa a perder relevância quando os protagonistas são números a serem analisados de acordo com o investimento feito no ambiente digital. Isso acontece principalmente entre clientes pequenos e médios que tiveram pouco contato com agências e entregas criativas nos últimos anos, e a qualidade do que se comunica, muitas vezes, acaba ficando em segundo plano. Todos preocupados em quanto precisam investir para atingir tantas pessoas em determinado tempo e quando poderão receber os relatórios para analisar o retorno.
Algumas marcas parecem não saber de fato o que querem comunicar. Em plataformas como o TikTok, por exemplo, isso muitas vezes é bastante evidente. São comuns análises de influenciadores focadas na quantidade de seguidores que eles têm ou a exposição do custo do contrato sem saber o tipo de conteúdo que o influenciador está acostumado a fazer. Metas a serem batidas em curtíssimo prazo com ações de pouca expressão para o consumidor final. Ou seja, números figurando em lugar de destaque.
O fato é que tratar de forma separada o conteúdo criativo e os objetivos e métricas de investimento acaba minando o que realmente faz a diferença no consumo de conteúdo que a propaganda pode e deve fazer. Grandes ideias, independentemente do veículo, do formato e do investimento, fazem a diferença na forma como o consumidor vê e se relaciona com a marca. E isso não tem um valor que possa ser medido.
A qualidade da comunicação é o que realmente faz a diferença na hora de cravar um relacionamento com uma marca. O que falar e como falar com cada pessoa são o que traz relevância no relacionamento com a sociedade.
Propaganda não é só venda, não é só meta, não é só relatoria. Propaganda é ajudar a construir a sociedade, é dar voz, é fazer sentido para as pessoas. E isso não é uma questão de investimento, e sim uma questão de longevidade.
Verdade!
Falta fit… No digital pode tudo?
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