Pyr Marcondes
24 de maio de 2019 - 6h49
Eritréia, Burundi, Chade, Haiti, Zambia, Yemen, Etiópia são apenas alguns dos países em que a fome mata milhões de pessoas todos os anos.
De que serve a internet para regiões em que o limite extremo da luta pela vida ultrapassou o ponto de retorno e em que as populações que nelas vivem, possivelmente, nunca mais serão salvas?
Resposta fácil e cruel: para porra nenhuma!
No entanto, há estudos que mostram que se a internet estiver disponível em muitas regiões produtoras e distribuidoras de alimento, hoje desprovidas de conexão, que não só a produtividade se multiplicará, como a perda de suprimentos (hoje estimada entre 30% e 40% da produção global, que nem chegam propriamente a ingressar na cadeia de consumo e se perdem apodrecidas pelo caminho) cairá sensivelmente, além de potencializar uma distribuição mais igualitária das colheitas para regiões extremamente carentes, onde elas nem passam perto hoje.
A internet em toda as partes do Plante resolveria então a fome do mundo?
Não. Mas poderia ter, sim, o poder de reduzi-la de forma considerável em muitas áreas da Terra.
Não acho que o que mova o Elon Musk a lançar seus satélites ao redor do globo seja a erradicação da fome, mas certamente o que suas empresas e as empresas parceiras de seus conglomerados de negócios possam lucrar com isso.
No nosso mundo capitalista, erro nenhum nessa lógica. Pecado algum.
O que ocorrerá se o projeto megalomaníaco de Musk funcionar será que bilhões de novos consumidores, hoje alijados de internet, potencialmente ingressarão na cadeia conectada de produção e distribuição de bens e serviços, a sociedade capitalista em si, as is.
E isso não é nada desprezível.
Independentemente de conjecturas tão extremas como essas, per se, o projeto é indiscutivelmente impressionante.
Veja aqui vídeo-animação de como funcionaria a rede de 12.000 satélites de seu megalomaníaco projeto Spacelink, que ele começou ontem a colocar, literalmente, no ar, com o lançamento inicial de 60 satélites.