Como a Nivea recriou a Eliana dos anos 90 com IA

Na semana passada, a Nivea promoveu um encontro entre Eliana e sua versão dos anos 1990.

A campanha, criada pela Publicis Brasil, utilizou inteligência artificial (IA) para recriar a voz e aparência da versão jovem da apresentadora.

Segundo Mauro Ramalho, CCO da Publicis Brasil, a ideia da campanha é traçar um paralelo entre a atemporalidade da apresentadora e do Nivea Milk, produto da marca presente à décadas no cotidiano dos consumidores.

“Quem é essa figura que também é um símbolo atemporal, que carrega um vínculo afetivo com os brasileiros e que, assim como o produto, tem uma trajetória marcada por reinvenções? A Eliana!”, afirma.

Ferramentas como ComfyUI, Stable Diffusion 3.5, ElevenLabs e ChatGPT foram utilizadas para criar uma versão autêntica da apresentadora nos anos 1990, com base em fotos e gravações fornecidas por ela.

No filme, Eliana dialoga com sua versão mais jovem, entrelaçando passado e presente em uma narrativa que homenageia as belezas da mudança e de sua própria trajetória.

“O momento de surpresa foi no set, quando Eliana descobriu que estaria interagindo com uma versão digital de si mesma. Ela acreditava que seu papel seria simplesmente responder às perguntas da diretora, mas, ao ver a inteligência artificial em ação, sua reação foi de surpresa genuína”, explica Ramalho.

Segundo o CCO, Eliana participou ativamente de todo o processo criativo da campanha, minimizando eventuais polêmicas quanto ao uso da tecnologia para retratar a vida de alguém — em 2023, a Volkswagen foi julgada pelo Conar sobre o uso ético de IA ao recriar a cantora Elis Regina em campanha.

“Consideramos todos os aspectos envolvidos, já que estamos lidando com a história da vida de uma pessoa”, explica Ramalho. “A campanha traz reflexão sobre altos e baixos da vida. Essa abordagem mais profunda ajudou a mitigar qualquer discussão sobre uso ético da inteligência artificial”.