Pyr Marcondes
1 de agosto de 2018 - 12h51
Você pode estar pensando que esse tal de GDPR é coisa lá das oropa, que pode ser até que atinja os esteites e tals, mas que deve chegar aqui, se chegar, daqui a uns anos. E que até tem a nova lei brasileira de privacidade de dados, mas que como toda lei no Brasil, não deve pegar. Se pegar, é mais pra frente. Tipo, relaxa.
Pé! Errô!
Todas as empresas do mundo já estão tendo que se readaptar, inclusive a sua, seja ela nacional ou internacional. Porque já não estão sendo mais aceitos contratos que não estejam em compliance com essas novas leis e ninguém quer correr nenhum risco de tomar um processo milionário nas costas só porque adotou a irresponsável e desavisada linha de raciocínio do parágrafo aí de cima.
ProXXIma publicou alguns artigos sobre o tema (veja alguns em links mais abaixo). Mas o ponto aqui é que muito mais rápido do que se imaginava, as leis começaram a vigorar no mercado real de forma muito impactante.
Todas as empresas gestoras de dados (e de novo, todas são gestoras de dados) não poderão mais fazer o que faziam antes, mentindo que não usavam de forma indevida e invasiva nossos dados, mas usando na boa, e isso vai fazer com que parte da assertividade que se obtinha na época de zorra total, pode se perder agora.
Neste link aqui, você encontra reportagem do portal Martech Today, dando conta de que as empresas que usam os dados chamados Third Party Data estão com o rabo entre as pernas, com medo de poderem ser processadas porque seus fornecedores desse tipo de dados (milhares ao redor do mundo) podem não estar obedecendo as novas regras da lei e elas, as empresas compradoras, tomarem uma piaba legal sem nem saber de onde veio e nem de fato tendo nada a ver com a porra da história.
Third Party Data são dados capturados por empresas especializadas não se sabe bem onde, nem como, e comercializados no mercado. Dificilmente sua companhia nunca usou dados desse tipo.
Pois é. De agora em diante, vai ter que tomar cuidado com isso ou pode ser acionada juridicamente por qualquer um que decidir fazer isso.
Podemos estar assistindo ao fim de um segmento importante do negócio internacional de dados.
A outra forma de olhar para essa nova realidade é: opa, se agora os dados existentes serão extremamente fidedignos, com seu uso em mercado ocorrendo apenas quando e se as novas normas de restrição legal estejam sendo observadas, isso quer dizer que passamos a ter um manancial de ouro em pó a ser minerado e manipulado, só o filé, dados de alta qualificação, sem lixo.
Se eu fosse uma empresa de dados, estaria exatamente agora preparando um belo de um PPT oferecendo ao mercado formas altamente eficazes de usar esse dados “limpos” e em compliance com a nova legislação, ocupando o vácuo das empresas canalhas e porcas que usavam dados de forma já ilícita, que aos poucos vão sumir do mercado.
Da mesma forma, se eu fosse uma marca, já deveria estar criando campanhas e mais campanhas dizendo aos meus públicos que minha companhia agora segue as novas normas e que é agora ainda mais transparente do que sempre foi no relacionamento com seus usuários e consumidores.
E se eu fosse um publisher, estaria agora igualmente falando com minha audiência e dizendo a mesmo coisa, estreitando com ela um relacionamento franco e honesto, sobre novas bases, como nunca antes se pode construir.
Sabe a história do limão virando limonada? Poizé. Dou essa de graça pra você.
Se quiser ler outros artigos sobre o tema, leia …
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