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8 de julho de 2019 - 9h34
Por Gilson Magalhães (*)
Robôs com sentimentos, inteligência artificial dominando a humanidade, carros voadores e uma série de outros aparatos tecnológicos povoaram durante muito tempo nossa imaginação criando, simultaneamente, sentimentos de euforia e espanto. O que podemos chamar hoje de “matrix da transformação digital” tem como base tecnologias com potencial para viabilizar parte dos sonhos de um futuro automatizado e conectado, porém ainda está longe de onde nossa imaginação nos levou. Os conceitos iniciais despertaram sentimentos ambíguos, com muitos considerando o efeito da avalanche tecnológica como positivo para a evolução da espécie. Outros tantos seguem apostando em um cenário caótico e desgovernado à nossa frente. Eis a boa notícia: a realidade da transformação digital tem sido muito mais benéfica do que se imaginava, pelo menos até agora.
Envolvendo ferramentas bem mais factíveis e consumíveis, a tecnologia tem conseguido transformar negócios em praticamente todos os segmentos do mercado, tornando-se, mais do que nunca, investimento mandatório para as grandes organizações globais. As empresas estão, aos poucos, compreendendo suas necessidades e entendendo que tipo de tecnologia faz mais sentido para suas metas de crescimento.
As organizações perceberam que têm que mudar para obter competência tecnológica — especialmente com aplicações e experiências digitais para os usuários — criando diferenciação competitiva e time to market mais apropriado à dinâmica das demandas atuais. A jornada para a liderança digital não vai ser apenas uma responsabilidade dos diretores de tecnologia, mas uma prioridade dos CEOs e dos conselhos. Em recente pesquisa com mais de 400 companhias do mundo todo, a Red Hat conseguiu traçar um panorama das principais escolhas dessas instituições: automação das operações de TI, iniciativas cloud e segurança de dados encabeçam o ranking.
Dentro desse contexto, empresas como as companhias áreas estão trabalhando para colocar a transformação digital em prática. No caso desse segmento, o processo envolve a automação, a digitalização e a análise de dados para oferecer autosserviço para compra de voo, check-in, entrega de bagagens e processo de embarque; novos modelos de negócio com IoT, inteligência artificial e nuvem; e, claro, segurança integrada tanto no plano digital como no físico.
O setor de serviços financeiros é outro que acompanha de perto esse vórtice, experimentando crescimento elevado e incremento na satisfação do cliente quando consegue entregar um serviço tecnológico de alta efetividade. Transações automatizadas, machine learning, pagamentos digitais, IoT e inteligência artificial são algumas das novidades que o segmento vem implantando para mudar sua imagem e atrair novos clientes altamente conectados.
Outro que tem lutado para se manter a frente da onda tecnológica é o setor público. Cidades inteligentes, aplicativos que aproximam autoridades e população, tecnologias que envolvem o uso de dados, análise de informação e apoio às decisões e atividades têm sido o principal foco das empresas públicas. Evidentemente, esse mercado encontra muito mais desafios que os demais, mas a tecnologia tem ajudado, e muito, a melhorar as relações com o público e os serviços oferecidos.
Representando uma das organizações mais respeitadas do mercado quando o assunto é tecnologia digital, me alegra ver o caminho que percorremos. Iniciado com elucubrações, muita imaginação e até mesmo espanto, ele nos levou a uma realidade pautada por aplicações definitivamente viáveis. Trabalhando junto aos mais diversos segmentos, posso afirmar que a TI deixou em definitivo o porão das empresas para liderar uma transformação tecnológica de fato, que utiliza inteligência artificial, machine learning, blockchain, containers, microsserviços, entre outras muitas novidades, para ajudar as corporações que querem se destacar no mercado e até mesmo sobreviver. Na transformação digital real não dá tempo para pensar em 30 anos. As inovações acontecem hoje, agora, a cada minuto. O amanhã já chegou e é bem mais real do que parecia.
*Gilson Magalhães é CEO da Red Hat Brasil