Maximídia

Selton Mello: “Meu sobrenome é criatividade”

Ator, diretor e produtor de cinema falou sobre seu processo de criação, desenvolvimento de outras habilidades nas artes e relação com as redes sociais

i 1 de outubro de 2025 - 6h05

Selton Mello encerrou o primeiro dia de evento que aconteceu em São Paulo (Crédito: Eduardo Lopes/ Máquina da Foto)

Selton Mello encerrou o primeiro dia de evento que aconteceu em São Paulo (Crédito: Eduardo Lopes/ Máquina da Foto)

Selton Mello encerrou o primeiro dia de palestras do Maximidia 2025, que começou nesta terça-feira, 30. De forma remota, diretamente da Austrália, o ator, diretor e produtor de cinema, concedeu a Filipe Bartholomeu, CEO da AlmapBBDO, e Nathalia Garcia, CMO do Bradesco uma entrevista para falar do desenvolvimento da sua carreira, relação com a publicidade e com as redes sociais.

Presente no longa-metragem Ainda Estou Aqui, que venceu o Oscar na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira, e em uma das maiores bilheterias nacionais dos últimos tempos, com o Auto da Compadecida 2, Selton é também um dos clientes-propaganda do Bradesco, consolidando a sua relação com a publicidade e com a instituição financeira.

O ator contou que, quando essa ideia surgiu, o desenvolvimento foi algo natural, já que, desde os 11 anos já entendia a importância da relação com o dinheiro e com uma conta bancária. “Com 11 anos eu abri a minha primeira conta no Bradesco. Já tinha essa noção do trabalho de dinheiro e investimento”, contou.

Além de estrelar as peças publicitárias do banco e de outras marcas, como Jeep, Lacta, o ator também participa do processo de criação, como aconteceu com a campanha em que ele dubla alguns personagens que aparecem no filme que foi desenvolvido pela AlmapBBDO.

“A criatividade é o meu sobrenome, é o que me move. Quando criança, eu era um garoto mais mental, minha cabeça era mais ativa. Meu irmão [Danton Mello] era super aventureiro, eu gostava de ficar em casa pensando, escrevendo coisa, uma mente criativa”, afirmou.

O brilho no olho

Foi essa criatividade e inquietude que levaram Selton a outros caminhos dentro das artes, transformando o ator e dublador também em um diretor – que, em vez de apenas um personagem, tinha mais de 30 para cuidar.

Esse foi um de seus passaportes, também, para atuação no cinema internacional, como as gravações do filme Anaconda, que estão acontecendo na Austrália, e de um novo longa que vai começar a gravar no Chile, marcando seu primeiro trabalho em língua espanhola.

“Tem a ver com brilho no olho. Eu virei diretor quando eu comecei a ver que, como ator, eu tinha chegado em um lugar que não estava mais enxergando para onde ir”, afirmou. O ator disse, ainda, que isso mudou sua percepção de carreira e sua visão dentro do cinema e televisão. “Estou sempre atras de algo que me tire dessa zona de conforto. Talvez falando da minha experiência pessoal, talvez eu esteja inspirando vocês. É algo gigante”, complementou.

Como diretor, Selton realizadou produções como Sessão de Terapia, que está na 6ª temporada, além dos longas O Filme da Minha Vida, O Palhaço, A Mulher Invisível e Feliz Natal.

Já como ator, viveu personagens que traduzem o Brasil, como foi o Rubens Paiva, no longa vencedor do Oscar, e Chicó, em O Auto da Compadecida. A respeito dessas experiências, o ator destacou como esse trabalho de fazer uma curadoria de personagens é algo sensível.

Ele explicou que leu e escutou, além de conversar muito com os filhos de Rubens Paiva. “E aí é mágica: parece que a hora que você põe a roupa e vira ele. É algo espiritual, acredito muito nessas coisas”, revelou.

Para ele, o cinema faz parte de uma recuperação da cultura nacional. “É incrível que eu ando por todo lugar do Brasil e as pessoas vem falar do Chicó. Fiz esse personagem em 1998, e isso é precioso”, elogiou.

Coisas que fazem sentido

Dono de um perfil no Instagram com mais de 5 milhões de seguidores, Selton demorou para decidir se iria ou não entrar nas redes sociais. Fazer parte desse mundo digital, fez parte de um processo de se entender nesse mundo e achar uma forma de se expressar.

O ator explicou que tudo começou com um passatempo que acabou conquistando uma geração mais nova de fãs, que passaram a conhecer o seu trabalho por meio dos vídeos e conteúdos que ele publica no TikTok.

“Tem uma geração nova que está me conhecendo. É como se eu renovasse meu público de uma outra forma. Há pessoas que gostam de mim pelas coisas que eu posto e, depois disso, vão atrás dos filmes e minisséries para descobrir meu trabalho e quem eu sou”, contou.

Para ele, isso tem a ver com a renovação da criatividade e de um processo de estar ligado no que está acontecendo no mundo.