Maximídia

Independentes ampliam presença com modelos ágeis

Inovação rápida e modelos flexíveis impulsionam independentes na disputa por espaço com holdings

i 3 de outubro de 2025 - 11h33

O mercado de agências independentes vivencia um momento de efervescência no Brasil. O crescimento desse modelo de empresa, segundo Flavia Altheman, chief operating officer da Magenta, pega carona em uma espécie de vácuo criado pelas consolidações e fusões de grandes agências de holdings, movimentações nada incomuns no setor publicitário local e global.

Magenta, Grupo We e Euphoria Creative discutiram mercado de agências independentes no Maximídia 2025

Magenta, Grupo We e Euphoria Creative discutiram mercado de agências independentes no Maximídia 2025 (Crédito: Eduardo Lopes/Máquina da Foto)

Para a executiva, as independentes representam motores de reinvenção e inovação, ganhando espaço por conta, sobretudo, da agilidade e flexibilidade, com “cultura bem estabelecida e proposta de valor clara”. A proximidade, com os principais executivos à frente das contas, é outra característica importante do formato.

O cofundador e CEO da Euphoria Creative, Caio Del Manto, opina que, nos últimos anos, as oportunidades surgiram por conta das diferenças evidentes em relação às estratégias dos grupos multinacionais, autocentradas e pautadas em aspectos financeiros. No entanto, para ele, a relação dos consumidores com as marcas envolve outro tipo de motivação.

“As independentes vieram para responder a essas demandas específicas. Elas encontraram espaço nessa diferenciação de estratégias e estão crescendo por conta disso”, complementou, durante painel no Maximídia 2025, quinta-feira, 2.

A defesa de Flavia é que os espaços centrais de crescimento para esse tipo de agência estão relacionados menos à escola e bem mais à relevância. Isso por conta justamente da relação próxima com o cliente, com poucas camadas burocráticas. “Trata-se da busca por eficiência, agilidade e proximidade na relação executiva. Isso gera relevância. O cliente não é mais uma conta, mas é prioridade”.

O fundador e CEO do Grupo We, Fabio Rosinholi, endossou o contato direto como um dos grandes diferenciais: “Não precisamos reportar nada para fora, nos reportamos diretamente ao nosso cliente.

Toda a liderança está no dia a dia de todas as contas e isso faz diferença”, ressaltou. Esse ponto se desdobra, inclusive, na velocidade de criar soluções customizadas para cada necessidade, como hubs, in-houses ou, até mesmo, operações menores no exterior com dedicação exclusiva.

“A inovação também acontece de forma mais rápida, porque, quando o cliente tem um desafio, nós conectamos o que for preciso, sem burocracia, em uma decisão tomada na mesa de reunião”, explicou a COO da Magenta.

Alguns gargalos

Apesar das vantagens, um dos gargalos, conforme Rosinholi, continua sendo as movimentações globais. Ou seja, quando um anunciante prefere alinhar a estratégia internacional em uma holding, que presença em mais mercados. “Nesse jogo, talvez, a gente, como independente, nunca vai entrar. Sem dúvida, é um ponto que não queremos tentar competir”.

Del Manto, no entanto, falou que acredita que esse olhar das multinacionais também está mudando. “Muitas estão olhando para relevância cultural local, o que abre nos abre espaço”. O CEO da Euphoria também apontou o investimento em ferramentas como algo que sempre requer atenção.