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Embarque no turismo online. Ou morra na praia
A realidade do mercado de turismo hoje é bem diferente. Assim como aconteceu no varejo de forma geral, os consumidores não fecham negócio sem antes acessar a internet
Embarque no turismo online. Ou morra na praia
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BuscarA realidade do mercado de turismo hoje é bem diferente. Assim como aconteceu no varejo de forma geral, os consumidores não fecham negócio sem antes acessar a internet
20 de julho de 2016 - 9h15
Fernando Tassinari (*)
No primeiro trimestre deste ano, os dispositivos móveis foram responsáveis por 27% das vendas online relacionadas a viagens em todo o mundo, de acordo com estudo divulgado recentemente pela Criteo. Considerando apenas o Brasil, as transações do setor com origem em smartphones e tablets, desconsiderando o uso de apps, somaram 23%.
O estudo mostra ainda que, comparando os dados globais referentes ao primeiro e ao segundo semestre de 2015, houve um sensível crescimento no “consumo” de viagens via mobile. A venda de pacotes saltou de 19% para 24%. As reservas em hotéis subiram de 28% para 33%. Apenas a compra de passagens aéreas teve uma leve queda, passando de 17% para 15%.
Estas informações foram coletadas com mais de mil anunciantes, entre fornecedores e agências online, e mostram a força que o mobile vem conquistando rapidamente entre os e-viajantes.
Até pouquíssimo tempo, quando planejava minha próxima viagem, a única opção era visitar as agências físicas para buscar dicas e solicitar orçamentos. Após receber toneladas de folhetos, ia à banca para comprar revistas de turismo e era também impactado pelos jornais de domingo recheados de publicidade dos anunciantes do setor, que claramente estão priorizando os investimentos no digital.
Fato é que a realidade do mercado de turismo hoje é bem diferente. Assim como aconteceu no varejo de forma geral, os consumidores, em busca de comodidade, facilidade e, principalmente, melhores preços e ofertas personalizadas, não fecham negócio sem antes acessar a Internet para fazer pesquisas, traçar o roteiro e conhecer o próximo destino em fotos, vídeos e, claro, através das recomendações de outros turistas.
Essa transição para o turismo virtual ajudou a fortalecer novos players de viagens e OTAs (Online Travel Agencies), entre eles os buscadores de passagens aéreas, como Kayak e momondo e as plataformas voltadas aos meios alternativos de hospedagem, como Airbnb e Couchsurfing.
A indústria de turismo no Brasil, incluindo os serviços correlatos e toda infraestrutura que a movimenta, registrou um faturamento em 2015, de acordo com o Ministério do Turismo, de impressionantes R$ 64,6 bilhões. Inegavelmente, abocanhar uma fatia deste mercado passa cada vez mais, assim como em outros setores, por uma presença digital e uma estratégia de marketing focada em capturar o turista na Web.
Estamos diante de uma grande oportunidade e um teste de fogo para o setor. Os Jogos irão atrair visitantes de todo o mundo e de outras partes do Brasil ao Rio de Janeiro.
Segundo dados da Rio Convention & Visitors Bureau em parceria com a ForwardKeys, a cidade deverá receber entre 350 e 500 mil turistas internacionais e a estimativa é de que as reservas hoteleiras alcançarão um acréscimo de 208% no período de realização do evento. A maior parte dos quartos já está ocupada, é verdade. Mas ainda restam vagas para quem não garantiu sua estadia e podem ter certeza de que a Web será o principal canal para encontrar a melhor oferta.
A Criteo aponta que entre junho passado e o final deste mês de julho as vendas online de passagens e reservas de hospedagem irão registrar um aumento de 30% a 40% em comparação com os meses anteriores de 2016.
Para chegar a esta conclusão, o estudo analisou também as vendas nos primeiros semestres dos três últimos anos. Só em 2014, ano de Copa no Brasil, as 35 principais empresas online nacionais do segmento de turismo fecharam 11,5 milhões de vendas.
Apesar das expectativas e dos números expressivos, é importante reforçar a necessidade de estar pronto para atender um público cada vez mais conectado para não perder market share para concorrência. É vital que as agências de turismo tradicionais embarquem no mundo virtual se quiserem engajar seus clientes e incrementar suas performances.
Com um mapeamento constante do comportamento de navegação dos internautas para entender o que eles buscam, para onde pretendem viajar e em quais hotéis pensam em se hospedar, criar peças customizadas em tempo recorde se tornou o passaporte mais efetivo para converter internautas em turistas.
Anúncios displays, retargeting, posts em redes sociais e campanhas baseadas em analytics já se tornou uma estratégia indispensável para impactar a audiência e otimizar as vendas. Com a proximidade dos Jogos, o momento para o mercado de turismo online alçar voos maiores no Brasil é agora. A hora é esta. É embarcar ou morrer na praia.
(*) Fernando Tassinari é Diretor Geral da Criteo no Brasil
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