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Novos satélites, 5G e IoT: para onde vamos?

Com a massificação da internet, que possibilitará o acesso simultâneo de bilhões de dispositivos à rede mundial de computadores, o conceito de IoT se estenderá ao acrescentar à rede uma infinidade de eletrodomésticos, automóveis, wearables (tecnologia que vestimos, como óculos, relógios, carteiras digitais), entre outros artefatos.


7 de agosto de 2020 - 11h20

 

Por Dane Avanzi (*)

Eis que parte da tecnologia presente nos filmes da saga Transformers promete se tornar realidade na próxima década, principalmente em relação ao conceito de IoT (Internet das Coisas). Devaneio? Não se depender da Amazon, da Space X e da inglesa OneWeb, que juntas pretendem lançar milhares de satélites em órbita na próxima década. Para se ter uma ideia, somente a Space X pretende lançar 42 mil satélites de altíssima capacidade.

A novidade é que, na semana passada, a Amazon, uma das gigantes globais do ecossistema de Tecnologia da Informação e Comunicação, obteve autorização do FCC (Federal Communications Commission) para lançar mais de 3,2 mil satélites em órbita até 2029. O FCC exigiu que pelo menos metade deles esteja em órbita até 2026. Estima-se que somente a Amazon invista 10 bilhões de dólares no projeto, denominado Kuiper.

Essa rede massiva de satélites se entrelaçará com a rede 5G das operadoras locais, atuando como backhaul, trecho responsável por ligar o núcleo da rede de telecomunicações às sub-redes periféricas. Na prática, ele fornece o link de internet para torres distantes, em lugares de difícil acesso, onde não chega fibra ótica. Esse serviço também é utilizado por navios, aviões e ilhas.

Além disso, essas novas redes terão uma capacidade de transmissão de dados exponencialmente maior que os satélites tradicionais. A tecnologia também redesenhará o fornecimento de internet para propriedades rurais, empresas do agronegócio e administração pública, que tem investido muito em serviços em nuvem a nível mundial.

A rede global de telecomunicações começou em 1865, data da fundação da UIT (União Internacional de Telecomunicações), quando a padronização dos telégrafos, que passaram a utilizar o Código Morse, possibilitou a interligação de redes nos países europeus e, anos depois, nas Américas e demais continentes.

Quase um século depois, as primeiras redes de internet surgiram tímidas e despretensiosas, com o intuito de interligar universidades e instalações militares, permitindo a troca de arquivos de modo mais rápido. Ocorre que havia vários protocolos a serem seguidos, assim como as antigas redes de telégrafos na Europa. Somente quando o ecossistema de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) se organizou e definiu o TCP/IP como padrão em softwares e hardwares é que a internet como conhecemos hoje se consolidou.

Com a massificação da internet, que possibilitará o acesso simultâneo de bilhões de dispositivos à rede mundial de computadores, o conceito de IoT se estenderá ao acrescentar à rede uma infinidade de eletrodomésticos, automóveis, wearables (tecnologia que vestimos, como óculos, relógios, carteiras digitais), entre outros artefatos.

Nas empresas, o processo produtivo, será radicalmente alterado com a automação de processos, utilização de Inteligência Artificial, robótica e outros recursos tecnológicos. Mundialmente, de acordo com pesquisa do Fórum Econômico Mundial de 2017, 75 milhões de empregos vão desaparecer por conta de tecnologias como a automação até 2022. Se o período analisado for ampliado até 2030, um estudo da consultoria McKinsey mostra que entre 400 milhões e 800 milhões de trabalhadores poderão ser substituídos por máquinas. Para garantir a sobrevivência dessa parcela significativa de trabalhadores, é urgente que governantes comecem a estudar um projeto de distribuição de renda básica. Hoje, temos como exemplo a entrega de auxílio-emergencial, entendendo que parte das famílias não têm como se manter durante a crise de Covid-19. Com empregos exigindo uma formação cada vez mais especializada, alguns especialistas apontam para a formação de uma massa sem lugar no mercado de trabalho.

Outro ponto importante consiste na harmonização de interferências prejudiciais pelas empresas de serviços satelitais, operadoras de telefonia móvel e reguladores em todo o mundo. Há de se planejar também fontes de energia sustentáveis para alimentar milhares de novos servidores necessários para suportar essa gigantesca infraestrutura, muitas vezes maior que a utilizada hoje.

Será que a tecnologia plasmará e modelará nosso futuro? Se sim, baseada em quais valores éticos? Todas essas transformações profundas exigirão enorme capacidade de adaptação da raça humana. Seremos governados por humanos ou computadores? Teremos sabedoria para lidar com questões éticas de modo a preservar a dignidade humana? Penso que a resposta dessas perguntas dependerá, em grande parte das decisões dos líderes políticos e empresariais, que forem tomadas hoje. Que o senso ético e humano prevaleça, para que as estruturas basilares da sociedade possam se regenerar na nova ordem social ora emergente.

(*) Dane Avanzi é empresário, advogado e Diretor do Grupo Avanzi.

 

 

 

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