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Como a inovação aberta auxilia na resolução de problemas?

Segundo Juliana Glezer, gerente de inovação e portfólio da Nestlé, o modelo de gestão em busca de maior colaboração entre pessoas e empresas traz agilidade no desenvolvimento de produtos


25 de fevereiro de 2021 - 6h00

Em outubro de 2020, a Nestlé, a fim de ampliar as iniciativas ligadas à inovação aberta e sua cooperação com hubs acadêmicos, anunciou parceria com o All4Food, programa de Conexão Ativa e Colaborativa no ecossistema de inovação em alimentos e bebidas, coordenado pelo Núcleo de Pesquisa Centro de Estudos das Organizações (NAP-USP/Cors). O movimento é mais um dos caminhos da empresa em direção a um modelo de gestão em busca de maior colaboração entre pessoas e até mesmo com organizações externas. Para Juliana Glezer, gerente de inovação e portfólio da Nestlé, a inovação aberta dá à empresa agilidade e novas possibilidades no ato de desenvolver produtos, bem como capacidade de resolver problemas mais complexos. Com exclusividade ao ProXXIma, a profissional ainda aborda a redução de custos e riscos no processo de inovação aberta.

 

Juliana Glezer, gerente de inovação e portfólio da Nestlé (crédito: divulgação)

Criação de novos produtos
As iniciativas de inovação aberta incluem o relacionamento multisteakholder com startups e scale-ups, mas também com universidades, parceiros empresariais, entre outros. Podemos citar inúmeros benefícios nesta relação, como: exploração de novos mercados e produtos, resolução de problemas ou dores de negócio, acesso a talentos e atratividade de novos talentos, agilidade em execução de inovações e apostas de futuro. Em relação aos dois primeiros públicos mencionados — startups e scale-ups — e ao primeiro benefício — exploração de novos mercados e novos produtos –, acredito que a grande vantagem é que grandes corporações, como a Nestlé, podem ter agilidade para testar novos produtos, sem amarras e sem a necessidade de alguns processos internos. Na prática, isso pode acontecer de diversas maneiras. Desde uma busca direcionada — quando já pré-mapeamos a oportunidade e precisamos de um parceiro para executá-la — ou uma exploração mais ampla — quando temos uma página em branco e vamos descobrir quais são as oportunidades existentes e não existentes junto com o parceiro. As parcerias com scale-ups e startups podem ser úteis em todas as etapas de desenvolvimento de um novo produto. Vamos pegar o exemplo da área alimentícia. Nesse caso, podemos ter uma agrotech desde o campo, que atua na produção de uma matéria-prima inovadora, passando pela formulação e industrialização com uma startup de indústria 4.0, até uma mobtech, que gera agilidade no last mile.

As parcerias com scale-ups e startups podem ser úteis em todas as etapas de desenvolvimento de um novo produto

Inovação aberta na construção de uma comunidade ativa
Por meio do intraempreendedorismo, podemos passar um conceito complexo aos colaboradores de forma mais efetiva e imersiva. Na Nestlé, por exemplo, temos uma iniciativa interna de intraempreendedorismo chamada de Open innova. Sempre abordamos temas extremamente relevantes para a companhia, como um desdobramento da estratégia. Na última edição, compartilhamos nossas frentes de redução de gases do efeito estufa e engajamos os colaboradores a participarem com outras ideias como forma de complementar as iniciativas existentes.

A inovação nunca estará livre de riscos e nunca devemos considerar a inovação aberta como uma salvadora para todos os vários desafios

Redução de custos e riscos
Existem poucas organizações que não desejam inovar. Mas, embora a maioria aspire o desenvolvimento de novos produtos, serviços, experiências e processos criativos e encantadores, existe uma taxa de insucesso no processo. Faz parte do funil de inovação. Além disso, inovar custa, ainda mais com essa taxa de projetos que ficam ao longo do caminho. A inovação aberta é, portanto, uma alternativa para mitigar esse impacto em custo de inovação. Ao recorrer à inovação aberta, como a execução de provas de conceito (PoC’s), pilotos ou de produtos viáveis mínimos (MVP’s) com startups e outros parceiros externos, todo mundo sai ganhando. A grande empresa remunera os parceiros pela solução encontrada e, por outro lado, ela tem uma fonte de inovação praticamente livre de riscos e com custos reduzidos, pois ela não exige o financiamento de falhas que são inerentes à inovação. No entanto, cabe destacar que a inovação nunca estará livre de riscos e nunca devemos considerar a inovação aberta como uma salvadora para todos os vários desafios.

*Crédito da foto no topo: Pixabay/Pexels

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