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Emerging Giants: o que são e como aprender a partir delas?
Diogo Garcia, sócio-diretor e líder do Programa Emerging Giants da KPMG no Brasil, compartilhou desafios e aprendizados desse modelo de empresa
Emerging Giants: o que são e como aprender a partir delas?
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Thaís Monteiro
14 de dezembro de 2021 - 6h00
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O termo Emerging Giant se refere a uma startup jovem que se destaca em rodadas de investimento, tem receitas robustas, potencial de crescimento e se propõe a resolver problemas reais. Nelas, a tecnologia, inovação e disrupção são parte dos processos na busca por atender necessidades do mercado e atrair investimentos.
A partir de uma metodologia própria da Distrito, a KPMG identificou 105 empresas que se encaixam no conceito. Conforme a pesquisa, essas startups se encontram, em sua maioria, no setor de fintechs (27%), adtechs (12%) e retailtechs (10%). Segundo Diogo Garcia, sócio-diretor e líder do Programa Emerging Giants da KPMG no Brasil, iniciativa criada com o objetivo de apoiar empreendedores de startups com destaque em suas jornadas de crescimento, aas Emerging Giants possuem negócios altamente escaláveis e a adoção de tecnologia para viabilizar a tração é um elemento comum conectado ao core business das empresas.
A maioria delas foi fundadas entre 2011 e 2015 (62%) na região Sudeste (78%) por empreendedores com pós-gradução e/ou experiência acadêmica fora do país ou em uma configuração em que um dos fundadores é empreendedor de segunda viagem (47%). Juntas, elas empregam 15 mil pessoas: 40% tem de 100 a 200 funcionários. De acordo com o estudo, desde 2011, mais de US$ 1,3 bilhão já foi investido nas Emerging Giants com operação no Brasil.
Além desses indicadores, a KPMG identificou que as Emerging Giants possuem fundadores com histórico consolidado de inovação, de alavancagem de negócios e bons mentores; um produto que resolve problemas reais com uma tecnologia preparada para essa missão; estratégia de atração de investimentos, seja por rodadas, IPO ou venda e aquisição; tração com clientes pagos e modelo de negócio adequado; e escalabilidade, com potencial de ser uma empresa global.
Ao Meio & Mensagem, Diogo Garcia, sócio-diretor e líder do Programa Emerging Giants da KPMG no Brasil, compartilhou desafios e aprendizados desse modelo de empresa e de que forma esse mercado pode ser melhor diversificado.
ProXXIma – A maioria das Emerging Giants estão concentradas na região Sudeste e são fundadas por empreendedores de segunda viagem e com educação internacional. Como o mercado pode trabalhar para quebrar esse padrão?
Garcia – Como há, entre diversos fatores, uma concentração maior de capital nesta região, sobretudo dos fundos de capital de risco, isto tende a se refletir numa maior presença de Emerging Giants nesse raio. A KPMG já tem atuado para entender e conhecer startups que também estejam não apenas fora deste cenário como aquelas, que de alguma forma, não tem sido “percebidas” pelo ecossistema. Olhar para outras regiões é fundamental não apenas para identificar startups que tem resolvido problemas de norte a sul do País, mas também podem trazer disrupção em seus negócios. Como já é mais do que provado, a diversidade traz inovação. Sobre educação, há excelentes centros acadêmicos e técnicos no Brasil e isto deve estar no radar no mercado.
ProXXIma – Todos os segmentos são techs. O que isso determina sobre o futuro do mercado?
Garcia – Percebe-se que, num mundo cada vez mais conectado e tech friendly, principalmente em função da aceleração da transformação digital fomentada pelo momento de pandemia, para escalar-se soluções, a tecnologia é indispensável. E as grandes corporações já entenderam isso e não apenas têm adotado o “mindset” das startups, como também têm se conectado de diferentes formas com estas empresas jovens e rápidas na forma de testar, operar e expandir.
ProXXIma – Quando uma Emerging Giant chega ao ponto de deixar de ser considerada uma startup?
Garcia – Startup é muito mais sobre o mindset que sobre o momento em que a empresa se encontra. O programa Emerging Giants está focado em empresas que ainda não abriram capital nem foram incorporadas por outras empresas, por exemplo. Mas estas empresas, mesmo depois de passarem por estes processos, podem se considerar startups muito mais pela forma como conduzem seus negócios, com uma cultura mais aberta ao teste, erro, inovação constante em seu DNA e criação de novos negócios em cenários incertos.
ProXXIma – Tendo em vista que são empresas mais consolidadas, quais são os desafios delas?
Garcia – Boa parte já estão em processo de maior profissionalização de seus negócios com relação à governança, processos e pessoas e os maiores desafios são preparação para abertura de capital, novas rodadas de investimento, fusões e aquisições, SPACs e internacionalização.
ProXXIma – O que o mercado de startups brasileiro pode aprender com tais Emerging Giants mapeadas?
Garcia – Percebe-se que, uma vez que estas empresas já definiram bem o seu modelo de negócio para resolução de problemas, há um driver para uma crescente geração de receitas por meio de investimento e alta performance nas áreas de vendas e marketing, contratação de pessoas e expansão dentro e fora do Brasil. E tudo isto com muito foco na velocidade da execução.
**Crédito da imagem no topo: Everything Possible/Shutterstock
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