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IA vai substituir até músicos, diz Stewart Copeland, do The Police

O baterista se uniu a David Shing, líder digital da Oath, para discutir os rumos do entretenimento e o impacto da automação sobre funções criativas


14 de setembro de 2017 - 14h22

Nesta quinta-feira, 14, o lineup da Dmexco foi preenchido por um dos astros do rock da década de 70. Stewart Copeland, do The Police, não estava lá para se apresentar como artista, mas para falar sobre os efeitos da automação em trabalhos criativos. Membro do Rock and Roll Hall of Fame e considerado um dos 10 melhores bateristas de todos os tempos pela revista Rolling Stone, Copeland chegou a dizer que a inteligência artificial vai substituir inclusive o trabalho dos músicos, no palco que dividiu com o líder digital da Oath, David Shing.

Shing destacou Copeland como um exemplo para os profissionais criativos, uma vez que o músico soube se reinventar de acordo com as demandas e formatos emergentes. Para além da banda, o baterista atuou ao longo de sua carreira em formatos como ópera, games, trilhas sonoras e até devices móveis – Copeland criou um dos toques clássicos do Blackberry. “Essa logo musical de cinco notas bancou a faculdade dos meus filhos por mais de um ano”, disse.

Ele ponderou, no entanto, que o trabalho humano não pode ser considerado insubstituível frente às novas tecnologias, nem mesmo na indústria criativa. Na avaliação dele, máquinas serão capazes de simular conteúdos que mexem com o sensorial humano de forma muito precisa.

“O ritmo e a música são coisas muito primitivas e que mexem com o nosso cérebro, mas seguem subdivisões muito matemáticas com as batidas e a forma como os acordes são resolvidos. Somos treinados pela cultura ocidental a gostar de determinados arranjos e tempos, e uma máquina pode facilmente usar essa física para criar tensões e melodias que agradem às pessoas”, opinou.

David Shing levantou a reflexão sobre em que medida a automação pode alterar a experiência ao vivo no entretenimento e em outros setores, visto que a presença física dos músicos deixaria de ser indispensável. “As pessoas ainda querem ver o músico tocar o instrumento. Será que a inteligência artificial e a tecnologia vai deslocar a experiência ao vivo do ator ou da banda para a audiência?”, questiona.

Copeland acredita que sim. “Quando surgiu o digital, pensava-se que as pessoas iam querer continuar comprando os álbums e ter a capa em suas mãos, e hoje sabemos que não funcionou”, compara. Ele contou como acompanhou com os próprios olhos a ampliação das possibilidades de distribuição de conteúdo que deixaram o mercado mais horizontal, embora mais competitivo.

“Fiz vários vídeos em um pequeno estúdio e sem nenhuma engenharia de som e a audiência foi maior do que em dois estádios. A tecnologia abriu os portões da criatividade, toda pessoa, por mais ou menos esperta que seja pode criar um hit, sem precisar ter ido a uma escola de música ou ter sido um grande praticante. Isso é bom para o mundo e para a cultura, mas ao mesmo tempo é um desafio porque você compete com todo mundo, até com quem é ruim, e por isso fica mais difícil ter um mega hit ou ser bem sucedido”, disse.

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