Notícias
O que a Microsoft ganha com o Linkedin
Dona do Windows reforça presença na área corporativa e avança no terreno das redes sociais;porém, a Moody´s ameaça reduzir sua nota em função do endividamento que o negócio deve gerar
Dona do Windows reforça presença na área corporativa e avança no terreno das redes sociais;porém, a Moody´s ameaça reduzir sua nota em função do endividamento que o negócio deve gerar
Luiz Gustavo Pacete
14 de junho de 2016 - 10h07
A compra do Linkedin pela Microsoft, por US$ 26,2 bilhões, anunciada nesta segunda-feira, 13, foi lida pelo mercado como uma estratégia para que a dona do Windows reforce sua presença no mercado corporativo e passe a atuar na área de social. No entanto, a aposta bilionária da empresa fundada por Bill Gates pode ter consequências. Segundo a agência de risco Moody´s, existe a possibilidade de a nota da Microsoft ser rebaixada já que a compra elevará seu endividamento.
É a primeira grande aquisição da Microsoft sob o comando de Satya Nadella, que assumiu o cargo de CEO em fevereiro de 2014.
A última movimentação de tais proporções no mercado foi a compra do WhatsApp pelo Facebook por US$ 22 bilhões, em 2014. Questões financeiras à parte, especialistas apontam que a estratégia foi acertada. “Há um movimento do Google e do Facebook em direção ao mercado corporativo, área em que a Microsoft mantém presença relativamente forte, isso faz com que essa compra se torne ainda mais estratégica”, diz Marcelo Coutinho, conselheiro editorial da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado.
Ainda de acordo com Coutinho, a Microsoft não conseguiu se estabelecer no mercado de buscas e tampouco no de redes sociais, logo seria um erro estratégico perder o Linkedin para outra empresa. “Foi uma dupla estratégia, a primeira de mostrar força na área corporativa e a segunda de impedir o avanço de outros players”, ressalta Coutinho. No ano passado, o Facebook anunciou a criação do Facebook at Work, sua versão corporativa, e o Google vem oferecendo cada vez mais serviços voltados ao ambiente de negócios.
Eric Messa, coordenador do núcleo de inovação em mídia digital da Faap, explica que a aquisição fortalece a Microsoft na medida em que ela passa a ater presença em um cenário fortalecido pelas redes sociais e dispositivos móveis. “A Microsoft era uma marca muito forte na era dos computadores de mesa (desktops) mas perdeu espaço para Google, Facebook depois do advento das redes sociais e dos dispositivos móveis.” De acordo com Messa, o Linkedin ganha uma solução definitiva para sua imagem fragilizada por conta dos casos recentes de vazamento de dados dos usuários.
Para Victor Azevedo, do Ibmec, a compra vai complementar o escopo de aplicações da Microsoft como Office, Skype e OneDrive, ambos direcionados ao público corporativo. “Vale lembrar que o Linkedin também é dono da plataforma e-learning Lynda.com e do SlideShare, rede social de apresentações. Assim como outras empresas como o Google e o Facebook, a Microsoft visa também integrar suas plataformas para que o consumidor possa desfrutar de um mundo de aplicações. Sendo assim, podemos pensar num futuro no qual o PowerPoint por exemplo poderá ser salvo direto para o Linkedin ou ser compartilhado como aula no Lynda ou como apresentação no SlideShare. ”
Estratégia no Brasil
De acordo com os Veículos mais Admirados, de Meio & Mensagem, divulgado em abril, o Linkedin ocupa o segundo lugar no item Plataformas de Mídia / Reputação, ficando atrás apenas do Google. No Brasil, o esforço da plataforma vem sendo de dialogar com o mercado e mostrar que suas ofertas de serviços vão além de uma plataforma de empregos.
Esse movimento se intensificou no ano passado com a chegada da executiva Ana Moisés, diretora de marketing solutions. “Desde que cheguei, tenho ido até as agências e mostrado as possibilidades da plataforma e o quanto os anunciantes podem explorar nossa ferramenta”, disse Ana ao especial Veículos mais Admirados.
De acordo com a executiva, o mercado já entende, hoje, as possibilidades do Linkedin enquanto plataforma de mídia.
Recentemente, a TV Meio & Mensagem visitou a sede da empresa no Brasil e coletou dicas de como potencializar o uso da ferramenta:
Veja também
Como a mídia programática pode inovar a publicidade no rádio
Especialistas analisam a possibilidade de comprar espaços publicitários de forma automatizada no rádio tradicional e quais são as vantagens disso
Como a tecnologia pode impactar pequenos negócios
Por meio de aplicativos para celular, startups oferecem soluções para unir indústria, mercado varejista e consumidores