Os fatos que devem influenciar a comunicação em 2014

2 de janeiro de 2014 - 11h32

POR EDUARDO DUARTE ZANELATO
De Londres

A palavra do ano do dicionário de Oxford foi "selfie", que descreve o hábito massivo de tirar fotos de si mesmo e compartilhá-la nas redes sociais. O sexo ganhou a ajuda ‘online’ do Tinder e Miley Cyrus mostrou ao mundo que os limites da superexposição e da sexualização sempre podem ser rompidos. Onde esse narcisismo e nossa contemporaneidade tão dependente de imagens vão nos levar? 
 

Grandes passos para a Humanidade neste 2013: inventamos hambúrguer sintético, vimos crowdfunding de um projeto de prospecção de rochas em outros planetas vingar graças a "selfies" dos investidores s do espaço (!) e o empreendedor sul-africano Elon Musk anunciar um megaprojeto para criar um novo modo de transporte rápido, Hyperloop. Só faltavam marcas no espaço. A Red Bull já foi, a Axe em breve enviará seus consumidores… qual será a próxima? 
 

O furo de reportagem do ano foram os dados vazados por Edward Snowden via The Guardian. Vídeos privados de cenas de sexo viralizaram via WhatsApp (e pessoas se suicidaram por isso). A resposta? Serviços de armazenamento temporário – nada menos que 400 milhões de fotos são compartilhadas por dia no SnapChat (e logo depois apagadas) e o Twitter Spirit permite determinar o tempo da publicação de um tweet. Ah, sim: e o fortalecimento de mercados negros (e obscuros) nos rincões da internet.  
 

Serviços digitais fortalecem a consolidação da "economia do compartilhamento", em que as pessoas se dedicam a pequenos serviços ou funções voltadas a outras pessoas – uma reação ao emprego formal em grandes corporações. Seriam o AirBnb (e sua revolução na forma de se hospedar), e outros serviços inda pouco populares no Brasil, como Google Helpouts e Taskrabbit, uma ameaça às multinacionais? 
 

Séries originais da Netflix, como Orange is the new black e House of Cards, mostram como a tecnologia tem o potencial de desafiar até as mais poderosas indústrias. Séries com temporadas inteiras disponíveis para consumo on-demand, com os atores que os clientes do Netflix mais gostam de assistir? Durma com este barulho, mídia tradicional. E anunciantes, como reagir a consumidores que preferem pagar por conteúdo para não ser interrompidos? Algo ainda distante da realidade brasileira, mas importante de se ter em mente.