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Os smartphones estão se tornando o controle remoto do mundo
Cada vez mais, os consumidores e as consumidoras passarão a levar soluções cada vez mais tecnológicas no bolso ou na bolsa.
Os smartphones estão se tornando o controle remoto do mundo
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26 de janeiro de 2017 - 10h29
Por Mario Mello*
Algo que há uma década parecia pouco provável já está acontecendo. Segundo a mais recente pesquisa do IBGE, os equipamentos móveis se consolidaram como principais meios de acesso à internet no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 92,1% do acesso à rede são feitos por esse tipo de equipamento no País – batendo, pela primeira vez, os computadores pessoais.
E faz total sentido, porque, no decorrer dos últimos anos, celulares, smartphones e tablets vêm se tornando o controle remoto do mundo. Atualmente, é possível pagar quase qualquer conta por meio dos aparelhos móveis, comprar produtos e serviços, além, claro, de assistir a filmes e séries, adquirir ingressos para cinema, teatro, shows e acessar as redes sociais a qualquer hora e em qualquer lugar.
O que explica essa inversão, além da praticidade? O fato de que esses equipamentos poupam tempo de seus usuários. E tempo é o ativo mais precioso da modernidade. Ninguém mais quer pegar fila no shopping para pagar o estacionamento, por exemplo. Ou sair do carro para passar o cartão de débito ou de crédito após abastecer em um posto de combustíveis. É tempo que pode ser usado com o que gostamos, realmente, de fazer. E muitas empresas já entenderam essa mudança de conceito.
Outro dado que ajuda a entender o mundo em que estamos vivendo é da mais recente pesquisa Global Mobile Consumer Survey, realizada pela consultoria Deloitte. De acordo com ela, os brasileiros desbloqueiam o celular, em média, 78 vezes por dia. As mulheres são as que mais mexem no smartphone, 89 vezes, contra 69 dos homens. O número é maior entre os jovens dos 18 aos 24 anos. Eles checam seus dispositivos móveis 101 vezes ao dia, enquanto que as pessoas mais velhas (entre 45 e 55 anos) verificam o aparelho 50 vezes.
Na palma da mão. Os números do estudo do IBGE vão ao encontro da terceira edição da pesquisa PayPal/Ipsos, divulgada em novembro do ano passado, segundo a qual 17% de tudo o que foi comprado online no Brasil nos 12 meses anteriores teve como ponto de partida um smartphone. Em 2015, o mesmo indicador havia ficado em 13%. Ou seja, quem adquire o aparelho passa a usá-lo para tarefas antes mais fáceis de serem executadas à frente de um PC. É, sem dúvida, a revolução dos devices móveis.
Já um estudo contratado em 2016 pelo PayPal Brasil à Euromonitor International – a respeito de internet móvel e mercado de pagamentos eletrônicos – apontou que, até 2020, cerca de 4,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro serão assinantes de internet móvel. E o Brasil tem e terá um papel importante nesse crescimento: o país deverá contar com mais de 250 milhões de usuários de dispositivos móveis com acesso à web até o final da década
Também segundo a Euromonitor, hoje 100% da população brasileira está coberta por redes celulares; e 94% contam com alguma cobertura de rede 3G. Aliás, o Brasil é o segundo colocado na América Latina em termos de penetração da tecnologia de internet móvel – atrás somente da Costa Rica.
Desafios à frente. Voltando ao estudo do IBGE, 82,8% das pessoas que vivem em áreas urbanas têm celular. Já nas regiões rurais, o índice cai para 52,8%. Eis aí um primeiro desafio para as empresas de telecomunicação.
Outro é construir um cenário que envolva as gerações mais velhas. De acordo com este mesmo estudo, os Millennials realmente são o ponto de apoio da revolução digital. As pessoas entre 25 e 29 anos são as que têm maior acesso ao celular, com 89,8%. Seguidas pelo grupo dos 20 aos 24 anos, cujo índice é de 89,6%; e pela faixa entre 30 e 34 anos, com 89,4%.
Outra conclusão interessante (e que representa um terceiro desafio): quanto maior a escolaridade, maior o número de pessoas que têm celular – 97% de quem tem 15 anos ou mais de estudo usa o dispositivo. Entre aquelas sem instrução ou com menos de um ano de estudo, o percentual cai para 40,5%, um gap gigantesco.
O rendimento financeiro também tem influência. Entre as pessoas que recebem mais de 10 salários mínimos, 96,4% têm algum tipo de equipamento móvel. Já entre as pessoas que não têm rendimento ou que recebem até 1/4 de salário mínimo, o índice fica em 53,9%.
Em um setor no qual a evolução é exponencial, parece que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, como diria Camões. E a impressão que se tem é a de que, cada vez mais, os consumidores e as consumidoras passarão a levar soluções cada vez mais tecnológicas no bolso ou na bolsa. E gastarão menos e menos cliques para ganhar mais e mais tempo para viverem a vida.
(*) Mario Mello é Diretor Geral do PayPal para a América Latina
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