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Por que o Brasil pode ser fundamental para a Apple

País é a porta de entrada para as operações da empresa na América Latina; popularização dos aparelhos parece ser o caminho a seguir


29 de outubro de 2013 - 3h37

POR ROBERTO A. FERDMAN

Cedo ou tarde, a Apple viria para Brasil. Obviamente, os aparelhos da fabricante já estão presentes na vida de milhares de brasileiros, mas desta vez a empresa abrirá sua primeira loja oficial em solo canarinho. O espaço de varejo já está sendo construído no Rio de Janeiro, e iniciará as operações de vendas em março de 2014.

Mas por que a loja física no Brasil é tão importante para a Apple? A fabricante do iPhone está presente em poucos países do mundo – são apenas 14 nações. Entretanto, esse tom de exclusividade, e produtos considerados premium da empresa, não é mais uma regra para companhia. Pelo contrário, para sobreviver a Apple precisa entrar em novos mercados e conquistar consumidores de classes mais baixas.

Voltando ao Brasil, o mercado nacional já é considerado a porta de entrada da empresa para as vendas na América Latina. Os dados referentes a consumo brasileiro dos aparelhos produzidos pela Apple provam que já passou da hora para que a empresa se insira de vez no País. As vendas de smartphones, por exemplo, deram um salto de 53% no primeiro trimestre de 2013, ante o mesmo período em 2012. Isso significa que o Brasil, sozinho, cresceu mais do que qualquer outro país.

Além disso, a Apple é vista com bons olhos pelos brasileiros. Muitos clientes no País estão tão encantados com iPhones e devem pagar mais de US$ 1 mil para adquirir o novo iPhone 5c, que é vendido por cerca de US$ 550 nos EUA. Além disso, a América Latina está se tornando rapidamente uma mina de ouro para o mercado digital. A penetração da internet atualmente é de 45% na região – são mais de 250 milhões de pessoas conectadas.

Muito em breve, o mercado latino-americano terá mais internautas do que EUA e Canadá. Com isso, as vendas de smartphones e tablets, em particular, estão fadadas a crescerem rapidamente à medida que as pessoas estão substituindo utilizam os desktops.

Para Apple, o momento do Brasil é fantástico. Além disso, a abertura da primeira loja da companhia no Rio de Janeiro será no tempo exato, quase sincronizado, para marcar presença na Copa do Mundo 2014 – que deve atrair milhões de turistas. Vale lembrar que a empresa também abriu sua primeira loja na China em 2008, pouco antes das Olimpíadas de Pequim.

 

Dificuldades e desafios

Na teoria, conquistar o mercado na América Latina é fundamental e extremamente valioso para a Apple, porém, na prática, a empresa terá que enfrentar algumas dificuldades.

 

Vários países da América do Sul, incluindo as duas maiores economias – Argentina e Brasil – possuem barreiras fiscais para produtos produzidos fora de seus domínios. Com isso, os impostos e taxas fazem com que os valores dos produtos da Apple sofram um enorme aumento, entre 60% e 70%. Na Argentina, por exemplo, os iPhones são vendidos por até US$ 3,500. Resta saber qual será os próximos passos da companhia no mercado brasileiro e na América Latina.

 

Este artigo foi originalmente publicado no Quartz. 
 

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