28 de outubro de 2013 - 7h46
Por ARTHUR QUEZADA
aquezada@grupomm.com.br
Há dois anos, os cariocas Thiago Fontes e Alessandro Giannone perceberam a necessidade do mercado de e-commerce de criar formas de fidelizar consumidores de maneira mais efetiva. Com isso em mente, decidiram criar a Kioos, empresa desenvolvida para prestar consultoria a este mercado, e que tinha como base inicial modelos de gamificação.
Na prática, a companhia trazia técnicas de gamification de fora do País para aplicar nos clientes brasileiros. Porém, ao analisar peculiaridades e demandas do mercado local de e-commerce, eles perceberam que o conceito de gamificação não era plenamente entendido pelas empresas nacionais. Segundo Fontes, estratégias estrangeiras muitas vezes não serviam para empresas locais por conta de particularidades do Brasil. “As ferramentas e as funcionalidades estrangeiras não possuem identidade e não se encaixam para os projetos com as empresas do País”, comenta.
Além disso, os profissionais também identificaram que as companhias brasileiras de e-commerce não assimilavam o termo “gamification” com seu real significado. “Quando falávamos de gamificação, os profissionais das empresas logo pensavam na criação simples de um jogo, com o logo da marca, ou algo do tipo. Isso acabava prejudicando o nosso trabalho, não havia um entendimento correto. Por isso desmistificamos o termo implantando o conceito de fidelização”, analisa Giannone.
Soluções planejadas
Então, para realmente conseguir implantar um trabalho de fidelidade digital, baseado em métricas da gamificação, os sócios decidiram mudar o nome e alguns conceitos do termo, redefinindo a fórmula antes utilizada. Com isso, a empresa começou a se posicionar com trabalhos que permitem às companhias de e-commerce identificar, adquirir e reter os consumidores.
Na realidade, o trabalho da Kioos facilita que empresas estimulem e recompensem qualquer ação dos consumidores através de um mix de recompensas sociais (como reputação, pontos e acesso) e financeiras (como cupons e descontos). “Nossa ideia é aumentar a fidelidade, a taxa de aquisição de clientes e as conversões”, explica Fontes.
Apenas o começo
Os sócios da Kioos explicam que, no início, a startup não saiu à caça de investidores, pois o projeto ainda era embrionário, e eles precisavam entender as reais necessidades e características do mercado brasileiro. “Existe uma demanda forte em termos de aumento taxa de conversão, retenção e impacto efetivo com os consumidores. Nós precisávamos entender como as coisas funcionam sem pressão. As aceleradoras e investidores querem resultados imediatos, e essa não era a ideia”, comenta Giannone.
Os fundadores da Kioos não descartam receber investimentos no futuro. Além disso, com essa reinvenção do termo “gamification”, a empresa está desenvolvendo diversos trabalhos que despertam a atenção do mercado. No total, a startup atende hoje cinco plataformas.
O principal trabalho está sendo desenvolvido com o site de moda Fiveblu. Segundo Fontes, a empresa procurou a Kioos com o desejo de se diferenciar na estratégia de marketing digital, explorando todas as maneiras em que clientes podem se relacionar com a marca “Estamos preparando uma estratégia de fidelidade focada em estimular e recompensar nossos clientes com experiências além de descontos, criando uma conexão mais forte com nossos clientes mais fiéis”, conta.
Há cinco meses, Fontes e Giannone decidiram abrir operação em São Paulo – até então, estavam concentrados no Rio de Janeiro. Os sócios planejam desenvolver mais trabalhos com plataformas de e-commerce e, posteriormente, vender as métricas da empresa para outras áreas.