Creator economy e a nova classe de empreendedores
Estamos diante de uma nova era do empreendedorismo, em que criatividade é capital, presença digital é vitrine e autenticidade é diferencial competitivo

(Crédito: Shutterstock)
Nos últimos anos, vimos surgir uma nova classe de empreendedores: os criadores de conteúdo. Com forte presença digital, influência cultural e capacidade de mobilização, esses profissionais deixaram de ser apenas comunicadores para se tornarem, de fato, negócios.
O Brasil já conta com mais de 3,8 milhões de influenciadores, número maior que o de médicos, engenheiros ou advogados no país. E 30% da população economicamente ativa já trabalha ou empreende nas redes sociais. Um dado que não se limita aos mais jovens: cada vez mais, médicos, professores, nutricionistas e outros profissionais passam a usar o digital como extensão estratégica de seus serviços e marcas pessoais.
O ponto de virada está na forma como esses criadores são reconhecidos. Hoje, eles já são vistos como pequenas empresas, o que significa que precisam ter acesso a ferramentas, recursos financeiros e soluções pensadas para negócios, como formas mais ágeis de receber pagamentos, gestão financeira digital e educação empreendedora.
Uma pesquisa da Visa e da Raconteur com criadores mostra que a demora para receber pagamentos é um dos principais entraves para o crescimento. Para ajudá-los a enfrentar esse desafio, o setor de meios de pagamento vem desenvolvendo novas soluções para transações em tempo real, aproximando ainda mais os criadores do ecossistema formal de pequenos negócios.
Mas ser uma empresa vai além de produzir conteúdo ou ter seguidores. Envolve também estrutura, planejamento, responsabilidade fiscal e visão de longo prazo. Muitos criadores ainda enfrentam desafios para formalizar seus negócios, gerir receitas e despesas, contratar equipes ou mesmo separar o pessoal do profissional. Apoiar esse amadurecimento é essencial para fortalecer a sustentabilidade do ecossistema.
Mais do que influência, esses profissionais constroem comunidades e impulsionam pautas e conversas relevantes. Estão moldando novas formas de aprender, consumir, empreender e tomar decisões financeiras. De acordo com o estudo “Next Gen Small Business Owners”, 41% dos jovens donos e donas de negócio usam as redes sociais como principal fonte de aprendizado sobre finanças.
Esse movimento não é só sobre marketing. É sobre transformação econômica e social. Criadores precisam de suporte, capacitação e soluções acessíveis. E as marcas têm a chance (e a responsabilidade) de apoiar esse ecossistema com escuta ativa, parcerias inteligentes e ferramentas que ajudem esses empreendedores a crescer.
Estamos diante de uma nova era do empreendedorismo, em que criatividade é capital, presença digital é vitrine e autenticidade é diferencial competitivo. Para as empresas que querem se manter relevantes, apoiar essa transformação não é apenas uma oportunidade, é um caminho estratégico para gerar valor real.