O pecado de Madonna: existir
A grande e eterna rainha do pop ainda existe, plena e mais poderosa no alto de seus 65 anos
A grande e eterna rainha do pop ainda existe, plena e mais poderosa no alto de seus 65 anos
22 de fevereiro de 2024 - 10h15
O filme do Itaú que estreou nesta quarta-feira 21, estrelado, criado e dirigido por Madonna, na minha modesta opinião valeu por toda a campanha de 100 anos do banco. Confesso que achei o processo de rebranding desta marca icônica bastante bem-sucedido e melhor até do que a campanha, lançada no final de 2023, protagonizada por diversos nomes de várias gerações como Fernanda Montenegro, Jorge Ben Jor, Ronaldo Nazário, Ingrid Silva, a rainha do futebol Marta e a própria Madonna.
Mas, o filme de agora arrebata tudo. Celebra as múltiplas vidas desta que é para as mulheres da minha geração, a grande e eterna rainha do pop. Mas, muito além disso, Madonna é o símbolo da resistência feminina. Ao inverter o senso secular do patriarcado de que mulheres após os 45 anos devem cair no ostracismo, a multifacetada artista transgride essa ordem e se mostra reluzente com todo o seu legado, a despeito das críticas que sempre recebe, ora por sua aparência e seu excesso de procedimentos estéticos, ora por expor publicamente a passagem do tempo e os efeitos dele no seu corpo.
Madonna surpreendeu o mundo, no início de 2023, com o anúncio de uma nova turnê mundial, a Celebration Tour, a décima segunda da artista, que completou 40 anos de trajetória também no ano passado. A rainha do pop nunca deixou que as normas sociais a impedissem de realizar projetos inovadores para o seu tempo. Por isso, ela permanece como uma das artistas mais influentes da história.
Celebration, no entanto, foi marcada por um drama pessoal. Prevista para ter início em julho, a turnê foi adiada após a artista enfrentar uma grave infecção bacteriana que a levou a permanecer mais de uma semana na UTI. A estreia foi adiada para outubro, em Londres, no O2 Arena. Durante a performance de abertura da turnê, a artista abordou os desafios recentes, declarando: “Foi um ano louco. Não achei que fosse conseguir, e nem os meus médicos”. Após o discurso, cantou I Will Survive de Gloria Gaynor. Ao interpretar o trecho “Você pensou que eu só me deitaria e morreria”, voltou-se à plateia e perguntou: “Vocês pensaram?”.
Com sua participação no comercial em celebração aos 100 anos do Itaú Unibanco, o pioneirismo não ficou de lado. Ela foi a primeira artista escolhida para assumir a direção de um anúncio da marca. “Contem minhas conquistas e não o número de anos que vivi neste planeta. Vi muitas estrelas aparecerem e desaparecerem. Mas minha luz nunca se apagará. Continuarei hoje, amanhã e pelos próximos 100 anos.”
Pela primeira vez em 34 anos desde seu lançamento em 1990, Madonna autorizou o uso de Vogue, um dos maiores sucessos de sua carreira, em um filme publicitário. A icônica canção é a trilha sonora da campanha “Feito de Futuro”, que celebra o centenário do Itaú Unibanco, marcando um momento histórico tanto para a instituição financeira quanto para a própria artista.
Ao lado de Borderline, bem do início da carreira de Madonna, Vogue é também meu hit preferido dela, uma ode à liberdade de expressão, um tributo à cultura e à dança. No filme, a mensagem vai além: inspira as pessoas sobre a importância do tempo, do legado e da longevidade.
Como fã desta diva do pop, a expectativa agora é de que o próximo passo do Itaú seja trazer a tour Celebration para terras tupiniquins. E que faça do combate ao etarismo uma de suas bandeiras e plataformas de comunicação.
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