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Opinião

Ter propósito é suficiente?

A transformação real só vem com conexão, compromisso e ação consistente


6 de março de 2024 - 9h12

(Crédito: Reprodução)

Antes de vir para a Unilever, via de longe as ações da companhia e imaginava o quão potente deveria ser trabalhar em uma empresa que quer fazer a diferença no mundo e toma decisões baseadas em um propósito claro e bem definido – e pude ver, quando cheguei, que esse compromisso com a sociedade é real. Na unidade de negócio que lidero atualmente, temos um portfólio de produtos relevante e somos líderes de mercado em desodorantes e sabonetes, com uma presença gigante na casa dos brasileiros. É possível ver claramente o quanto o nosso tamanho é proporcional à responsabilidade e à oportunidade de impactar positivamente a vida de milhares de pessoas.

Acredito que o que torna a atuação com propósito em um movimento genuíno, em primeiro lugar, é a verdadeira conexão entre a marca e a temática abordada. O caminho que escolhemos para fazer a diferença precisa ter uma conexão clara com a essência da companhia. É esse match poderoso que faz com que as pessoas se conectem com o propósito. Outra característica importante de iniciativas que efetivamente fazem a diferença é o compromisso com a consistência. De investimento, de apoio, de visibilidade e, principalmente, de ação.

Um exemplo real e que me dá muito orgulho é o projeto “Quebrando Barreiras”, de Rexona – marca que inspira o movimento para além dos limites –, que incentiva a atividade física e o esporte entre crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. A ação foca em parcerias com ONGs que promovem a inclusão social por meio do movimento físico, além de treinamentos para professores e mentores para que tenham as ferramentas adequadas para continuar inspirando a mudança positiva em suas comunidades.

A idealização do projeto surgiu a partir de uma análise de dados alarmantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), que apontou que 80% da população adolescente no mundo não é ativa o suficiente e, durante a prática esportiva, quatro em cada 10 jovens temem o julgamento de outras pessoas. No nosso País, 85% enfrentam limitações para se movimentar. Somada a essa realidade, 74% dos jovens estão em escolas públicas que não têm estrutura básica para criar ambientes de esportes e lazer, sendo que quatro milhões vivem em regiões periféricas.

A partir desse retrato, nossa missão é que os jovens consigam efetivamente quebrar qualquer barreira social e que a atividade física e o esporte possam se tornar verdadeiras alavancas para a igualdade e a inclusão.

Outra estatística que deve ser alvo da preocupação e do cuidado da sociedade em relação aos jovens é a de que em todo o mundo, 45% das meninas entre 11 e 17 anos abandonam a prática de esportes – taxa duas vezes maior do que a ocorrência entre meninos –, sendo a principal razão a baixa confiança com o seu próprio corpo. No Brasil, o número é de 34%.

Os dados foram revelados em uma pesquisa realizada pelas marcas Dove e Nike, que lançaram um programa que disponibiliza um conjunto de ferramentas para desenvolver a confiança corporal e estimular a autoestima e autoconfiança entre adolescentes e jovens. Por meio de treinamentos presenciais, a iniciativa tem o objetivo de incentivar meninas a seguirem praticando esportes.

Esse propósito me move todos os dias e é a consistência, que eu mencionei anteriormente, que vai permitir que essa não seja apenas uma ação pontual, mas a construção de uma realidade diferente. E isso não se faz de um dia para o outro. Lembremos: a jornada só termina quando realizarmos a transformação a que nos propusemos.

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