“Nossa, acabou o ano”. E agora?

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Opinião

“Nossa, acabou o ano”. E agora?

Você fez o que queria? Com o tempo passando mais rápido, todo ano acabamos deixando muita coisa para o ano que vem. Está na hora de encarar o problema


21 de novembro de 2018 - 17h57

Na última semana, dez em cada dez conversas passaram pelo desespero de ver mais uma temporada rumo ao seu fim. O efeito novembro é fatal. Trocamos o “como é que tá lá?” por “nossa, acabou o ano”. Esse foi um ano que piorou ainda mais a situação. Além das questões operacionais, o psicológico do mercado brasileiro esteve à flor da pele. Mudanças de modelos, transformações digitais, eleições, crises, Copa, tudo.

Na vida, tanto nós quanto as empresas têm suas prioridades. É só lembrar que muitas vezes não temos tempo para fazer coisas da gente, mas em cinco minutos estamos prontos para uma entrevista de emprego superlegal. Prioridades.

As empresas mais ainda. O drama da vez é que nesse cenário de competição, atividades primárias como “vendas” sempre terão preferência diante de outras coisas como construção de marca, design de serviços, experiências e, quem dirá, inovação. A inovação, em tempos de transformações digitais, deixou de ser um “extra” e passou a ser questão de sobrevivência. Com a certeza da rápida obsolescência, quem não se antecipar para repensar modelo de negócio, atualizar produto, redesenhar proposta de valor e jornada do serviço, vai perder.

O nosso calendário foi realmente conturbado, mas tem um pedaço dessa história que passa pela tomada de decisão e o emocional dos executivos. O cérebro da gente é fantástico, mas também malandro. Muitas vezes ele constrói argumentos racionais para justificar decisões que já tomamos antes mesmo de ponderar as variáveis. Assim acontece para que a gente não corra muitos riscos, ainda mais em cenários instáveis como o brasileiro.

Uma avalanche de “este ano é complicado”, “vamos ver como vai ficar isso aí”, “este ano tem Copa”… Mas, na outra ponta, empresas inovadoras sambam nas dúvidas, se repensam, e aceleram transformando tempos sombrios em experiência, aprendizado e evolução.

Entre cases e causos, após ter trocado minha carreira publicitária para trabalhar com métodos ágeis e inovação, acredito que existam três fatores que são fundamentais para que o próximo ano não acabe sem que você tenha feito coisas que tanto desejava (precisava?).

1. Nem toda inovação precisa ser super mega blaster. Não, você não precisa ser o Elon Musk para inovar. Sei que dá medo, mas inovar é tão simples quanto melhorar as coisas de hoje. Qualquer melhoria. Inovar é dar um passo, independentemente do tamanho desse passo. É escolher um assunto, pensar, executar e ver o que acontece. Qual o seu assunto para o próximo ano? Abrace-se nele e não passe vontade.

2. Fast fail não é uma frase para colocar na parede e postar no Instagram. Todo mundo quer ser como o Google ou a startup da vez, mas poucas copiam suas práticas gerenciais. E elas estão na nossa frente, em palestras, livros, cursos. Abraçar de uma vez por todas o mindset experimental é o único caminho. Reserve um % do seu tempo e dinheiro para trabalhar em coisas não tão primárias assim. Vender mais, muitas vezes começa em desenhar melhor.

3. A gente trabalha de um jeito muito errado. É muita reunião, idas e vindas e centralização de assuntos. Permitir que decisões sejam tomadas por mais pessoas, deixa a empresa ágil. Sem contar que, assim como na vida pessoal quando precisamos nos isolar para manter equilíbrio, no trabalho também precisamos estar presentes em determinadas missões. Focados, produtivos, ali de corpo e alma. E sem interrupção ou celular. Não é à toa que os métodos ágeis estão virando o novo normal.

Se tudo muda, por que o jeito de trabalhar insiste em ser o mesmo? Se a gente não assumir o controle da nossa pauta, assuntos primários vão, de novo, dominar o calendário. É inegável que diante de margens apertadas, as empresas têm menos pessoas fazendo mais trabalho. Consequência: todo mundo ocupado para fazer o que (apenas) precisa ser feito.

Lembrem-se, coisas básicas do dia a dia vêm automaticamente. Por mais que você fuja, elas vão te encontrar. Já inovação, ao contrário: ou você se motiva a fazer, lutando contra a máquina, ou pode passar mais um ano esperando o momento de dizer: “o ano acabou”.

Crédito da foto no topo: Scott Webb/Pexels

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