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A nova era das agências boutique no Brasil

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

A nova era das agências boutique no Brasil

Sala cheia, gente de todos os lados da sala — e o mais simbólico: gente do mundo todo


19 de junho de 2025 - 18h11

Foi nesse cenário que realizamos no Cannes Lions o painel “Independent and Bold: The New Age of Boutique Agencies”. E é como se, agora, eu estivesse aqui repetindo essa conversa – só que em forma de artigo.

Não estamos falando de tendência. Como apresentou Davi Cury, da BPool, o relatório NB Score da Scopen, que mostra que mais de ⅓ de todos os novos negócios no Brasil em 2024, foi para agências indies. Mais que qualquer holding ou network global.

Estamos falando de transformação. De um movimento real, crescente e irreversível: o avanço das agências independentes e boutiques no Brasil, que estão deixando de ser exceção e se tornando protagonistas de um novo modelo de atuação.

Esse novo capítulo não nasce de uma ruptura agressiva, mas de uma vontade comum entre criativos e estrategistas: fazer diferente. Fazer com mais sentido. Fazer com mais proximidade, autonomia e paixão.

E esse é um ponto fundamental. Um dos slides que mais ecoou entre o público trazia uma frase simples, porém poderosa:
“Less pressure. More passion.”

Porque o que move essas novas agências não é estrutura, é espírito. A busca por relevância. A capacidade de criar valor sem precisar escalar sofrimento.

Falamos também de algo que, para muitos, ainda é uma ameaça: a inteligência artificial. Mas, no universo das boutiques, a IA não encolhe: ela expande.

Enquanto grandes redes tendem a usar a tecnologia para enxugar estruturas, cortar custos e automatizar entregas, nós usamos para potencializar ideias, ganhar agilidade e diminuir o gap estrutural que sempre existiu.

A IA está nos ajudando a chegar mais rápido, com mais impacto e menos burocracia. Ela não tira a alma do processo – ela dá escala para ela. “Tech narrows the gap. Creativity closes it.”

Outro ponto que fez a sala vibrar foi nossa visão de que o verdadeiro diferencial das boutiques está na forma como nos relacionamos com os clientes. Mais do que fornecedores, queremos ser aliados. Menos silos. Mais conversas. Menos decks. Mais construção. Como dissemos no painel: “The edge is human.”

E para além da nossa atuação individual, trouxemos ao palco algo maior: a criação do Círculo de agências Independentes no Brasil, um movimento iniciado pelo Felipe Silva, da Gana, que pretende trazer colaboração entre agências independentes.

Porque, quando a gente se junta, a gente ganha visibilidade, consistência e força. “United we stand.” Não queremos só sentar à mesa – queremos participar da decisão do futuro das marcas. Das marcas do amanhã – como meu parceiro e sócio Carlão costuma chamar – que podem e devem olhar para as agências do amanhã.

E esse painel não foi sobre quatro agências. Foi sobre todo um novo ecossistema. Foi sobre o mercado criativo do Brasil. Sobre a criatividade brasileira sendo reconhecida como potência – não só pela estrutura, mas pela coragem, consistência e autenticidade.

E talvez o ponto mais importante tenha sido este: não estamos aqui só por lucro. Estamos aqui por propósito, essência, equilíbrio.

Porque manter-se relevante significa também manter-se inteiro. Isso não é só profit. Isso é prosperity. Prosperidade é quando você cresce com valores, entrega com verdade e vive com equilíbrio. Esse é o tipo de crescimento que vale.

E é com essa energia que finalizo aqui como começamos lá: com gratidão.

Obrigado Felipe Silva (GANA), Luciana Haguiara (Nation) e Davi Cury (BPool), não só pela parceria de palco, mas por representarem, com tanta verdade, a nova força que vem moldando o futuro da publicidade.

Seguimos. Independentes. Relevantes. E cada vez mais preparados para o que vem aí.

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