22 de junho de 2021 - 14h54
Creative Strategy é uma categoria relativamente nova no festival, então depois te ter vivido a experiência de júri, acho válido dividir um pouco mais do que se espera dos trabalhos inscritos aqui. A categoria julga a “ideia por trás da ideia”. Repare que tem ideia nas duas pontas, a ideia na estratégia que inspirou a ideia em si. Não dá para dissociar as coisas, ainda mais dentro de um festival de criatividade. Por isso, um case que tem uma robustez estratégica e resultado, mas que não desembocou numa criatividade brilhante, vai ter dificuldade.
Logo no início dos trabalhos, tivemos algumas conversas pra deixar a pontaria bem calibrada e o norte se definiu como Strategy that is creative, Creativity that is strategic. Os trabalhos mais brilhantes em estratégia criativa deveriam vir dessa confluência. Pode até parecer simples, mas não é. A estratégia que é criativa tem a ver com a atitude de virar um briefing de cabeça para baixo para desencavar uma interpretação do problema de negócio precisa e inteligente, com mergulhar fundo no assunto pra identificar uma perspectiva diferente, um insight genial, imaginativo (e que pode ter vindo de uma compreensão de pessoas, negócios, cultura ou uma combinação de tudo isso), uma estratégia engenhosa e que abra espaço para uma solução criativa irrefutavelmente poderosa. A criatividade que é estratégica significa que existe uma razão estratégica para a existência dela e que a execução conseguiu se traduzir numa solução não só criativa, mas potente para resolver toda a problemática e gerar impacto, no negócio, na marca, na sociedade. Não é fácil de explicar e muito menos de fazer, o sarrafo é alto, afinal, isso é Cannes Lions.
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