Prompt sem alma não conecta ninguém
Entre chips, dados e IA generativa, Cannes reforça um ponto essencial: no centro da inovação, é necessário ter pessoas
Entre chips, dados e IA generativa, Cannes reforça um ponto essencial: no centro da inovação, é necessário ter pessoas
18 de junho de 2025 - 17h29
A fala de Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI, foi um dos momentos mais relevantes que vi, até o momento, em Cannes. Com clareza e visão de futuro, ele falou sobre a evolução exponencial da IA, do avanço no poder de processamento e sobre os desafios energéticos para suportar esse volume de dados.
Mas o que mais me marcou não foi a parte técnica. Foi a defesa de um ponto de vista cada vez mais urgente: o protagonismo humano frente à tecnologia.
Não basta termos máquinas capazes de cruzar bilhões de dados em segundos. É preciso ter alguém que saiba para quê esses dados servem. Que entenda o impacto real das ferramentas na vida das pessoas. Que consiga, em meio a padrões e replicações, criar o que nenhuma IA ainda consegue: sentido.
Esse pensamento, aliás, não está isolado. É o que temos visto também nas direções estratégicas de empresas como Apple, Nvidia e Intel. Todas elas apontam para um mesmo lugar: human-centric innovation. Colocar o ser humano no centro. Dar às ferramentas o papel de alavanca e não de substituição.
O futuro da criatividade passa por isso. Por prompts que nascem de perguntas autênticas. Por narrativas que usam a tecnologia como meio, não como fim. E por profissionais que entendem que usar IA não é só dominar uma interface, mas saber guiar uma intenção.
Cannes sempre foi sobre isso: ideias que rompem padrões, sobressaindo sobre aquelas que replicam padrões. E é justamente por isso que o festival continua sendo relevante na era dos algoritmos. Porque a criatividade segue sendo nossa saída. Nossa rebeldia. Nossa ferramenta mais poderosa para lembrar que, no final do dia, o que buscamos são as conexões humanas.
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