Tá todo mundo ansioso em Cannes, também
Por dentro do que o mercado criativo internacional tem falado sobre saúde mental
Por dentro do que o mercado criativo internacional tem falado sobre saúde mental
20 de junho de 2025 - 15h35
Na palestra intitulada “Ansiedade foi minha dupla por uma década”, o diretor de Criação da Droga5 Dublin, Stephen Rogers abriu o coração – de forma leve, espontânea e engraçada – e contou como foi lidar com crises de ansiedade enquanto trabalhava em algumas das maiores agências do mundo.
E por quase uma hora, parecia que minha história estava sendo contada por ele:
Sentimento de urgência o tempo todo. Pular o almoço pra “ganhar mais tempo”. Sentimento de fracasso se uma ideia fracassa.
Essas foram algumas das coisas que ele trouxe para palestra. E não é só ele que compartilhou sua vulnerabilidade, ao longo da semana outros DCs, ECDs e CCOs também usaram o microfone pra dividir com a gente suas histórias sobre ansiedade, crise de pânico e síndrome do impostor.
E isso, vindo de pessoas que estão no topo da indústria criativa, tem um impacto enorme. Humaniza. Aproxima.
Foi um lembrete importante: por trás das campanhas premiadas, grandes palcos e altos cargos, tem gente de verdade. E talvez seja exatamente essa vulnerabilidade e empatia que a gente precise ver mais nas salas de reunião, nos briefings e no dia a dia.
Porque por mais que estejamos acostumados a colocar os sentimentos numa gaveta para fazer o trabalho acontecer, a criatividade é uma habilidade humana, que não nasce do controle, mas da bagunça e espontaneidade e imperfeição.
E para mim, a coragem de falar sobre isso num festival como Cannes, que premia alta performance e grandiosidade, é no mínimo um sopro de ar fresco.
E em meio a tanta palestra sobre AI, falar do lado humano foi a coisa mais surpreendente do festival.
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