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Relembre os grandes momentos de Washington Olivetto em Cannes

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16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Cannes

Relembre os grandes momentos de Washington Olivetto em Cannes

Primeira estrela brasileira no Festival Internacional de Criatividade, o publicitário abriu caminho para o País no evento e será homenageado nesta edição


14 de junho de 2025 - 6h00

Washington Olivetto foi a primeira grande estrela brasileira no Festival Internacional de Criatividade de Cannes e o maior responsável por abrir caminho para o Brasil no evento. A carreira do publicitário, que morreu em outubro, aos 73 anos, será reverenciada na edição de 2025 do Cannes Lions, como parte das homenagens feita ao País, apontado como Creative Country of the Year, na estreia desta distinção no festival.

A partir dos anos 1970, Cannes impulsionou a carreira do jovem criativo no mercado brasileiro e ajudou a dar fama internacional ao profissional. Olivetto foi um dos brasileiros que desbravaram o evento, contribuindo para chamar a atenção das agências locais, que, anos depois, fizeram do Brasil um dos principais concorrentes no festival.

O Festival Internacional de Criatividade de Cannes surgiu, em 1954, em Veneza, como um prêmio aos melhores filmes publicitários exibidos em cinemas antes dos longas-metragens. Mas foi somente no início dos anos 1970, quando já passava da 15ª edição, que o mercado publicitário brasileiro descobriu o evento. Os primeiros Leões foram conquistados em 1971.

Washington Olivetto concorreu pela primeira vez em 1972, quando tinha 20 anos, trabalhava na Lince Propaganda e conquistou um Leão de Bronze com o filme “O Pingo”, criado para Deca. “Fiquei em dúvida de quem tinha errado: eu ou o júri”, brincou Olivetto em entrevista ao Meio & Mensagem, anos depois. “Como eu tinha pouca idade e era iniciante na profissão, o prêmio chamou atenção e foi um pouco responsável pelo convite que recebi para ir para a DPZ”, relembrou ele.

Foi quando estava na DPZ, em 1975, que Olivetto escreveu o texto do filme que entrou para a história como o primeiro Leão de Ouro da publicidade brasileira em Cannes. “Homem com mais de 40 anos” é assinado pelo Conselho Nacional de Propaganda, que nasceu a partir de um anúncio veiculado em 1º de maio, Dia do Trabalho.

No ano seguinte, Olivetto conquistou outro Leão de Ouro, mas usando o pseudônimo George Remington (aproveitando o primeiro nome do ator George Hamilton, mas trocando o sobrenome pela marca das máquinas de escrever concorrentes da Olivetti). O comercial vencedor em 1976 foi “Homem frustrado”, criado para o Bamerindus pela house Umuarama e protagonizado por atriz Irene Ravache. O uso do pseudônimo deve-se ao fato de que Olivetto trabalhava na DPZ, que atendia a conta do banco Itaú. “O curioso é que Francesc Petit (sócio da DPZ) sabia e ficou orgulhoso com o prêmio. Contou para o pessoal do Itaú, que também não se importou e me deu os parabéns”, contou Olivetto. O convite para o trabalho freelancer partiu de Andrés Bukowinski, da ABA Filmes, diretor dos dois ganhadores dos primeiros Leões de Ouro brasileiros e um dos responsáveis pela popularização do Festival de Cannes no mercado brasileiro.

Em 1981, Olivetto ganhou novamente o Leão de Ouro em Cannes com a série “Adeus” e “Readmissão”, da DPZ e ABA Filmes, que mostrava a suposta saída e a volta triunfal do Garoto Bombril aos comerciais da marca.

O Festival de Cannes de 1987 premiou com Ouro um dos maiores clássicos da publicidade brasileira e da carreira de Olivetto: “Meu primeiro sutiã”, da W/ GGK e Espiral para Valisère, que emocionou ao mostrar as divertidas reações da garota vivida pela atriz Patrícia Lucchesi quando ganha o presente — quebrando o tabu da comunicação desse segmento e mostrando em rede nacional o momento mágico da transformação da menina em mulher.

Neste mesmo ano de 1987, a W/GGK conquistou um segundo Leão de Ouro com “Ginástica”, produzido pela Jodaf para o adoçante Assugrim.

A W/GGK, de Washington Olivetto, voltou no ano seguinte para conquistar um dos dois Ouros brasileiros de 1988, com um filme que também virou clássico: “Passeata”, para o jeans Staroup, produzido pela Jodaf.

Um dos Leões de Ouro de 1989 foi para o impactante “Hitler”, da W/GGK e ABA Filmes para a Folha de S. Paulo.

No ano 2000, o comercial “A semana”, da W/Brasil para a Editora Globo, disputou o Grand Prix contra o vencedor “Whatsapp”, de Budweiser.

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