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Alex Bogusky deixa novamente a CP+B, 18 meses após ter voltado

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Comunicação

Alex Bogusky deixa novamente a CP+B, 18 meses após ter voltado

Cofundador da rede não sairá imediatamente, fará a transição nos próximos meses e pretende se dedicar mais à família


14 de janeiro de 2020 - 20h09

Em 2018, Bogusky anunciou o “The Quitty Awards”, declarando que a CP+B estava saindo do circuito de prêmios (Divulgação)

Por Ann-Christine Diaz, do AdAge

Menos de 18 meses depois da CP+B anunciar o retorno à agência de Alex Bogusky, o cofundador está deixando a empresa novamente. O chairman Chuck Porter disse que Bogusky tomou a decisão citando o desejo de repriorizar e se concentrar mais com a família. “Passamos 80 horas conversando sobre isso durante um mês”, disse Porter. “Não foi uma decisão fácil, porque havia muitas coisas que ele gostava, mas achou que não era justo para a agência reorganizar sua vida e não se afastar”. Bogusky, diz Porter, não sairá imediatamente e fará uma transição nos próximos meses.

Em agosto de 2018, oito anos depois de sua partida da agência, a CP+B surpreendeu o setor ao anunciar que estava trazendo Bogusky de volta e dando a ele o título recém-cunhado de chief creative engineer.

Bogusky voltou no momento em que a agência estava sendo restaurada. No início daquele ano, a CP+B fechou seu escritório em Miami e, dois meses depois da volta de Bogusky, encerrou as atividades em Los Angeles. O retorno também coincidiu com o momento em que as agências lutam para se reinventar diante das mudanças nas necessidades dos clientes e do aumento da concorrência das consultorias.

Em entrevista ao AdAge, Bogusky disse que pretendia permanecer próximo dos criativos, porque “se eu não participar do trabalho e das equipes, não terei uma noção real de como melhorar o processo”. Entretanto, desde então, houve escassez de ideias ousadas e revolucionárias na CP+B. A agência produziu um trabalho divertido, mas sem dúvida nada mais notável do que o que já vinha entregando.

Além disso, os movimentos da agência nos meses após o retorno de Bogusky pareciam um jargão de press releases. Houve o rebranding de CP&B para CPB, juntamente com a introdução de um processo criativo “mais enxuto” e mais “ágil”, que a agência chamou de Gut+ e “Crisp Jam”, um produto que oferece trabalho dedicado a projetos que prometem “obter grandes ideias rapidamente”. Em outubro de 2018, a agência e Bogusky anunciaram o “The Quitty Awards”, declarando que a CP+B estava saindo do circuito de prêmios e incentivando outras agências a fazerem o mesmo.

Observadores acreditavam que a reentrada de Bogusky seria o impulso que tanto a CP+B quanto a indústria precisavam. Ex-funcionários e acreditavam que ele traria nova energia. O fundador da Gut, Anselmo Ramos, disse, na época, no Twitter: “É como Steve Jobs voltando à versão publicitária da Apple”.

Outros, porém, compararam a um ato de desespero, como um ex-funcionário da MDC, holding que controla a CP+B, que disse que “é como Michael Jordan voltando ao Wizards”, em analogia ao retorno de um atleta que está tentando recuperar a glória, muito além do seu auge. Dada a produção da agência desde a chegada de Bogusky, esta pode parecer verdadeira.

Entretanto, Porter diz que as suas contribuições foram palpáveis internamente. “Ele reorganizou o departamento criativo em uma estrutura diferente, mais eficiente e eficaz para nossos clientes – o que chamamos de ‘houses’”, diz. “Ele trabalhou com pessoas de dados e análises para criar uma nova metodologia para planejar e testar o desenvolvimento criativo, que o torna mais baseado na realidade. Tornou nosso planejamento e criação mais rápidos, inteligentes e orientados a dados. Foi um processo complexo e acho que os resultados estão chegando”, diz Porter.

O CEO Erik Sollenberg diz que Bogusky não voltou para fazer o que havia feito anteriormente. “Com base em sua experiência em startup e tecnologia, seu papel era olhar para o nosso pensamento de processos, para os dados. O que ele vem fazendo é mudar a perspectiva de como a publicidade pode ser feita. O efeito será de longo prazo”. Quanto a se 18 meses foram longos o suficiente para Bogusky impactar a agência, Sollenberg diz: “é claro que teria sido diferente se ele ficasse mais tempo, mas eu respeito muito sua decisão de viver sua vida de uma maneira diferente”.

Por enquanto, a CP+B não pensa em substituí-lo. Porter diz que Bogusky ainda terá um escritório na agência onde continuará seus projetos pessoais e talvez até faça alguma consultoria. Apesar da holding MDC estar se esforçado para otimizar e reorganizar sua atuação, Porter diz que esse não foi um fator na decisão de Bogusky de sair. “O relacionamento dele com a MDC é muito bom e, quando começamos a conversar com eles sobre isso, eles o encorajaram a ficar para facilitar essa transição”.

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