Apro aponta coação dos anunciantes
ABA havia acusado entidade de tentativa de formação de cartel
ABA havia acusado entidade de tentativa de formação de cartel
Felipe Turlao
21 de novembro de 2013 - 6h28
A Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro) emitiu nesta quinta-feira, 21, um comunicado oficial em resposta à Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) sobre a polêmica dos direitos patrimoniais sobre obras audiovisuais. “Todos têm o legítimo direito de defender e lutar por seus interesses, mas a defesa desses interesses não pode significar a aflitiva derrocada do seu colaborador e parceiro. Os anunciantes, por terem o poder de compra, querem nos coagir a aceitar o inaceitável, mesmo que isso signifique causar danos irreparáveis ao mercado do audiovisual publicitário”, acusa a Apro.
Na segunda-feira, 18, a ABA havia emitido um posicionamento sobre a questão no qual acusava a entidade de tentativa de formação de cartel ao estabelecer, por meio de sua Lista de Valores, preços e porcentagens para reger os contratos de produção de comerciais. Além disso, criticava o posicionamento da Apro na mesma lista como “cobradora e controladora dos direitos patrimoniais em nome de suas associadas”.
Segundo a Apro, os contratos de produção com os clientes devem remeter o direito patrimonial à produtora, conforme acordado no II Fórum da Produção Publicitária, do qual a própria ABA é signatária. O direito também estaria garantido pelos artigos 17, 28 e 29 da Lei 9.610/98.
Em relação à Lista de Valores, a Apro diz que ela existe há 25 anos e que passou por adaptações ao longo desse período. Além disso, a Apro contesta a afirmação da ABA, em entrevista do vice-presidente executivo Rafael Sampaio ao Meio&Mensagem, de que “o sistema brasileiro criou uma distorção pela qual as produtoras baixam o preço de produção e depois querem cobrar por um serviço extra”, ao se referir às fitas de cópias de comerciais, sob as quais as produtoras tem direito de cobrança.
A Apro também afirmou que os anunciantes vêm pagando há 11 anos sem contestação o valor de 10% sobre o valor do orçamento original quando da renovação do filme para um novo período. “Entendemos ainda que um filme só é renovado após 12 meses de uso quando ele fez sucesso. Agora, na contramão dos demais países do mundo, onde o sucesso é recompensado, a ABA e seus associados, querem penalizar as produtoras por entregarem um bom trabalho, que será novamente utilizado, tirando da produtora os 10% que ela mesma concordou em pagar”, diz o comunicado.
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