Bullet faz parceria com Luiz Calainho

Felipe Turlao
6 de fevereiro de 2012 - 4h18

Há pelo menos um ano, a Bullet buscava uma oportunidade para entrar no mercado do Rio de Janeiro. Esse momento chegou, graças a uma parceria do Grupo Talkability, dono da agência de promoção, com a L21 Participações, holding especializada em entretenimento, produção de conteúdo e veículos de comunicação de Luiz Calainho.

Com investimento previsto de R$ 1 milhão no primeiro ano, os dois grupos estão lançando a Inflama Rio, empreendimento focado em ativação, promoção, eventos e conteúdo. O negócio pretende aliar o conhecimento do empresário sobre o mercado carioca, bem como sobre o nicho de produção de conteúdo, à força de promoção e ativação da Bullet. A união só foi possível por conta da Endemol, que tinha projetos em comum e aproximou os dois lados.

A Inflama Rio começa suas operações com 10 funcionários e dois clientes, ambos transferidos da Bullet, por terem sede no Rio de Janeiro: Infoglobo e Ceras Johnson. Mas a ideia é ir muito além desses números. “Começaremos o quanto antes um road show para apresentar a agência ao mercado carioca e fazer o negócio crescer”, afirma Fernando Figueiredo, um dos sócios do Talkability, ao lado de Mentor Muniz Neto. “Queremos transformar a Inflama Rio na maior empresa de ativação do Rio de Janeiro”, avisa Calainho, que tem participação minoritária no negócio – são 40% contra 60% do Talkability, representado na sociedade por Figueiredo, Neto e a diretora administrativa Adriana Ribeiro.

O grande desafio dos empreendedores é explicar ao mercado a atuação da agência, que vai além do modelo típico de uma empresa de promoção e ativação. “Nós não temos um concorrente direto no que fazemos. Não conheço nenhum player seja no Rio ou em São Paulo que possa, ao mesmo tempo, produzir conteúdo e fazer ativação dele”, afirma Mentor Muniz Neto. “Para o Infoglobo, podemos ir além do que fazemos na Bullet, que são as promoções para vender jornal”, exemplifica Figueiredo. “Podemos atrelar isso à geração de conteúdo, à criação de uma coleção de uma coleção de música. Enfim, são inúmeras possibilidades”, completa Calainho. Ele tem agora 13 empresas ligadas à L21 Participações, cujos negócios envolvem as rádios Mix Rio FM e Sulamérica Paradiso, portal Vírgula.com, a agência digital Frog, o gerenciamento artístico do estádio Engenhão e, uma novidade, a Musickeria, selo especializado em estratégias para marcas que queiram fazer um determinado hit “pegar” nas paradas de sucesso. Para o Talkability, a Inflama Rio é a oitava empresa.

Outra barreira a ser vencida é o cenário de disputa no mercado carioca, que já recebeu investimentos de agências de todos os tipos. Só neste ano, a Africa abriu uma operação, a DM9DDB retornou e Eike Batista lançou a agência de marketing esportivo IMX, além de diversos outros movimentos.

Neste sentido, esperam os sócios, o modelo de atuação da Inflama Rio pode ser o diferencial estratégico para conquistar projetos, sem contar que as agências tradicionais podem funcionar mais como complementos à atuação “bellow the line” da Inflama Rio do que como concorrentes. Além disso, eles acreditam que há espaços de atuação ainda não garimpados. “Um dos nossos focos de prospecção são os anunciantes que não são os patrocinadores oficiais dos eventos esportivos que irão acontecer no Rio de Janeiro, mas que desejam aparecer no radar de alguma maneira”, afirma Neto. Segundo ele, a empresa pretende fechar 2012 com pelo menos um empate na relação entre receitas e o valor investido.

Apesar da sede na Glória e foco de negócios no mercado carioca, os empreendedores desejam que a Inflama Rio participe de diversos projetos em parceria com empresas das duas holdings em outras cidades do Brasil. Até o momento nenhum projeto está em execução e a operação se inicia oficialmente em março. A Inflama Rio busca ainda um diretor executivo, que pode ser anunciado ainda nesta semana. O perfil buscado é de um profissional com tráfego no mercado carioca.